Em trecho de livro de 1995, o intérprete do retrata em primeira pessoa as últimas memórias com familiares do garoto do barril
Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 28/11/2021, às 08h00 - Atualizado às 11h39
Considerado um símbolo da cultura popular mexicana, o seriado Chaves é importado ao mundo inteiro com diversas dublagens, retratando o cotidiano em uma vizinhança latino-americana, como de muitos espectadores brasileiros que acompanharam os episódios de sua movimentada vila.
O protagonista, em específico, recebe um destaque especial; o diretor e redator de suas aventuras também era seu intérprete, Roberto Gomes Bolaños, que se transformava em um garoto de pouca idade e interagia com outros residentes, como Quico (Carlos Vilagran) e Chiquinha (Maria Antonieta de las Nieves).
Contudo, diferente dos outros personagens infantis da atração, Chaves é o único que não teve seus pais retratados na atração, aparecendo num barril situado no pátio do cortiço. Dessa maneira, diversas dúvidas sobre sua origem e forma de sobreviver chamavam atenção do público.
Mesmo com a conclusão do seriado em 1980 e a última esquete gravada em 1992, a origem do personagem só foi revelada em livro, lançado em 1995 pelo próprio criador.
Roberto adapta, em "El Diario del Chavo del Ocho", alguns episódios da atração para o texto e adiciona histórias sobre o enredo, todas contadas em primeira pessoa, como se o próprio Chaves estivesse redigido.
Onde os pais do protagonista estariam na linha do tempo da série não é possível de relacionar, mas o abandono é confirmado pelo intérprete, reforçando que ele conheceu apenas a mãe, sem nunca ver a feição paterna, como informou o portal UOL, que retirou e traduziu o trecho do livro abaixo:
"Minha mamãe eu a conheci, mas não muito. Como ela tinha que trabalhar, todos os dias me deixava em uma casa que se chamava creche, e ali eu ficava até que minha mamãe voltasse para me buscar.
O ruim é que a pobrezinha chegava muito cansada de tanto trabalhar e quando dizia que tinha ido buscar o filho, lhe perguntavam: 'Qual é?', e ela respondia 'Não sei; um desses', e aí lhe davam o menino que estivesse mais perto. E claro que nem sempre lhe davam a mesma criança.
Ou seja, o mais provável é que eu não seja eu.
Um dia minha mamãe não passou para me buscar. E nos outros dias também".