Estudo revelou o que poderia ter possibilitado o Megalodon entrar para a história como o maior de todos os tubarões
O megalodon foi um verdadeiro gigante que habitava as águas dos mares entre 23 e 3,6 milhões de anos atrás. Com suas 50 toneladas e até 18 metros de comprimento, o animal fazia qualquer tubarão contemporâneo parecer pequeno. Seus dentes, que poderiam chegar até 17 centímetros, também eram assustadoramente enormes.
Pensando em nessas características, algo que muitos se perguntam é: o que fez com que o megalodon se tornasse um predador tão poderoso?
Conforme repercutido pelo All That's Interesting, um estudo publicado em outubro de 2020 na revista Historical Biology revelou algo impressionante sobre a espécie e que pode responder à questão: assim como as espécies hoje existentes, os bebês megalodon praticavam canibalismo no útero da mãe.
A pesquisa foi realizada a partir de 150 vértebras de um espécime que viveu há 15 milhões de anos e que foi encontrado nos anos 1860, na Bélgica.
O estudo foi possível pelo fato de que, assim como os anéis das árvores, as vértebras dos tubarões crescem para fora em camadas, sendo uma para cada ano de vida. Essa característica possibilitou calcular que aquele animal descoberto no país europeu possuía 46 anos quando morreu.
Assim, a partir da comparação dos anéis com as faixas de crescimento presentes na cartilagem espinhal, os cientistas conseguiram determinar os padrões de crescimento do espécime.
No fim, foi constatado que aquele megalodon tinha quase dois metros de comprimento quando nasceu, dado que deixou os cientistas impressionados.
Para o pesquisador da Stockton University, Matthew Bonnan, “pensar que um bebê megalodonte tinha quase o dobro do tamanho dos maiores tubarões adultos que examinamos é alucinante”.
"É bem possível que eles representem os maiores bebês do mundo dos tubarões”, disse o principal autor do estudo, Kenshu Shimada. Ele, paleontólogo de vertebrados da Universidade DePaul em Chicago, afirmou que a espécie era capaz de crescer ainda no útero pelo fato de que os bebês se alimentavam dos ovos não eclodidos que lá se encontravam.
Mas engana-se quem pensa que a prática representou impactos negativos para a reprodução do megalodon. Segundo Shimada, seria uma "forma de uma mãe nutrir seus embriões por um longo período de tempo”. E era justamente por essa possibilidade que os jovens tubarões nasciam grandes e fortes o suficiente para viver nos oceanos.
Trata-se de uma refeição grande, rica em calorias e nutritiva que pode ajudar esses embriões a ficarem maiores e mais rápido”, explicou Allison Bronson que estuda o processo de evolução dos peixes na Humbold State University, localizada no estado da Califórnia.
“Eles podiam fazer praticamente o que quisessem, nadar onde quisessem, comer o que quisessem”, afirmou Jack Cooper, o pesquisador de tubarões da Universidade de Swansea, na Grã-Bretanha.