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Matérias / Arqueologia

Análise genética da população de Çatalhöyük revela informações inéditas

Os corpos, que eram enterrados dentro das próprias residências, indicam uma grande complexidade social da cidade

Jânio de Oliveira Freime Publicado em 08/05/2019, às 15h00

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Construções em barro, típicas de Çatalhöyük - Crédito: Divulgação
Construções em barro, típicas de Çatalhöyük - Crédito: Divulgação

Uma recente pesquisa feita na famosa cidade de Çatalhöyük (ocupada entre 7.100 e 5.950 a.C.), situada na Turquia e uma das mais antigas do mundo, em cruzamento com as informações já disponíveis sobre a disposição dos corpos enterrados no sítio, fez com que muitos arqueólogos ficassem extremamente confusos.

No auge de sua ocupação, a cidade tinha mais de 6000 pessoas, um alto índice para a época. Uma equipe de geneticistas da Turquia e da Suécia, coordenados pelo professor Maciej Chyleński, fizeram coletas e análises de DNA em 40 corpos sepultados e enterrados debaixo de quatro casas. Os resultados foram surpreendentes.

Panorâmica de Çatalhöyük / Crédito: Reprodução

Os pesquisadores descobriram que não é possível traçar uma genealogia entre muitos corpos e os restos de suas mães. Assim não se sabe se havia alguma relação entre os corpos. Todavia, serão necessárias novas análises novas para confirmar a relação.

A partir dessas informações, é possível colocar que as relações sociais em Çatalhöyük eram muito mais complexas do que se conhecia, passando muito além da lógica de clãs, como aponta o senso comum.

Na antiga comunidade, é possível que as relações parentais tivessem um papel secundário no mundo social. Com a nova descoberta, muitas teses foram descartadas.

Os geneticistas também concluíram que o DNA dos integrantes da Chatalhoyuk os aproxima da genética dos povos do mar de Mármara, que foram essenciais no processo de disseminação da agricultura no Oriente Próximo, durante o neolítico superior.

Isso pode indicar uma aproximação genealógica e cultural entre a Anatólia Central e Mármara, em que a relação entre as regiões pode ter dado origem tanto à neolitização de Mármara, quanto à gênese do Crescente Fértil como fenômeno humano.