Paleotoca foi reconhecida pela Justiça como uma área protegida em junho deste ano
A Vale apresentou recentemente um recurso contra a decisão que determinou a proteção da paleotoca localizada nos limites do Distrito Espeleológico Serra do Gandarela, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A paleotoca é uma caverna com 340 metros de comprimento, escavada por preguiças-gigantes há pelo menos 10 mil anos.
Segundo informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a mineradora entrou com embargos declaratórios e solicitou o efeito suspensivo das determinações judiciais. O Ministério Público (MPMG) informou que está preparando uma resposta ao recurso.
Conforme informações do porta de notícias G1, a empresa, no entanto, afirmou que o recurso tem como objetivo "esclarecer alguns pontos da decisão" e destacou que a paleotoca está sob seus cuidados e proteção desde 2010.
A decisão do tribunal, datada em 20 de junho e assinada pela juíza Grazziela Maria de Queiroz Franco Peixoto, reconhece a paleotoca como uma área protegida e determina que a Vale e o estado de Minas Gerais se abstenham de realizar qualquer ação que possa resultar na destruição, inutilização ou deterioração da área.
O pedido para proteção da paleotoca foi feito pelo Ministério Público, que identificou que as principais ameaças ao local estavam relacionadas à implantação de projetos minerários na região. Além disso, um estudo realizado pelo Instituto Prístino indicou que existem marcas que indicam a alteração das condições originais da paleotoca, como pisoteamento, carreamento de materiais e pichações.