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Última faroleira dos Estados Unidos, Sally Snowman renuncia função

Após duas décadas atuando como faroleira no Boston Light Beacon, na Ilha Little Brewster, nos Estados Unidos, Sally Snowman deixa o cargo

Éric Moreira Publicado em 08/01/2024, às 10h43

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Sally Snowman - Reprodução/Vídeo/YouTube/@cbsboston
Sally Snowman - Reprodução/Vídeo/YouTube/@cbsboston

Durante mais de 300 anos, o farol Boston Light Beacon — localizado na Ilha Little Brewster, em Boston, nos Estados Unidos — foi importante para guiar navegadores marítimos a um local seguro, sendo mantido sob os cuidados de, ao longo de tantas décadas, 70 faroleiros. Porém, recentemente a última faroleira do país deixou a função, e o farol passou para mãos privadas.

Atualmente com 72 anos, Sally Snowman era a 70ª guardiã do farol em toda a sua história — e a primeira mulher no cargo —, trabalhando no local desde 2003, conforme relatou à CBS News. "Oh, eu sei que vou sentir falta", afirma.

De acordo com o All That's Interesting, não só o Boston Light Beacon como todos os outros faróis dos Estados Unidos foram vendidos pela Guarda Costeira, à medida que se tornavam cada vez menos úteis ao longo dos anos. Sally Snowman deixou o cargo de faroleira na véspera de Ano Novo.

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Emprego dos sonhos

Por mais que Snowman tenha mantido sua posição no farol por "apenas" 21 anos, sua paixão pelo local existe desde muito mais nova. "Minha primeira experiência no Boston Light foi quando eu tinha 10 anos", relatou à NPR. "Fui até a praia, olhei para a luz e disse: 'Papai, quando eu crescer quero me casar aqui' e foi o que fiz em 1994!".

Desde a visita, Sally Snowman sonhou em se tornar faroleira, o que ela conseguiu tornar realidade em 2003, depois de já ter trabalhado auxiliando no local por mais de uma década. "É uma espécie de coisa metafísica. Senti algo tão profundamente em meu coração, em minhas células e no espaço entre as células que isso se concretizou. É um conto de fadas que se torna realidade.".

Inicialmente, conforme relata Sally Snowman à CBS News, ela morava na ilha Brewster durante seis meses por ano, acompanhada por seu marido, aos fins de semana. Lá, ela cuidava do farol, limpando o local e verificando o equipamento mecânico. Vale mencionar que hoje em dia tanto a luz quanto a buzina do farol são automatizados, então ele continua auxiliando a navegação de navios.

Ver a extensão do universo, o nascer do sol e o pôr do sol – eles são fenomenais", descreve a ex-faroleira à NPR. "Para mim, eles nunca foram iguais duas vezes. O mar nunca foi o mesmo duas vezes. A cobertura de nuvens nunca mais foi a mesma. Foi como morrer e ir para o céu.".
Fotografia de Sally Snowman utilizando uma roupa tradicional realizando manutenções no farol / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Nova fase

Eventualmente, porém, o emprego e estadia dos sonhos de Sally Snowman teriam um fim: depois de o Boston Light Beacon falhar em uma inspeção em 2018, ela deixou de morar ali, e ainda descobriu que teria que se aposentar no final de 2023. Vale mencionar que o farol foi construído em 1716, sendo o primeiro farol da América do Norte.

Agora, por mais que esteja um pouco triste por perder o emprego dos sonhos, Sally Snowman fica um pouco mais tranquila pois a nova proprietária do local será obrigada a preservá-lo. Além disso, a faroleira se vê ansiosa para ver o que aguarda o farol:

"Meu marido Jay e eu — não tínhamos filhos", disse à NPR. "Tínhamos um farol. E é como se a criança fosse para a faculdade — você está deixando isso passar para ter outra experiência e descobrir quem ela realmente é. Bem, aqui está. Estou liberando o Boston Light para ver qual será sua próxima jornada.".

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