O legado de Lewis permanece vivo até os dias de hoje, e ela ainda encanta aqueles que conhecem sua história, cheia de coragem e altruísmo
Ida Lewis nasceu em Newport, Rhode Island, em 1842 e se tornou uma das mais famosas guardiãs de farol. Ela herdou suas habilidades de guardiã após seu pai, capitão Hosea Lewis, que já era guardião do Farol do Serviço de Lime Rock, sofrer um derrame e ficar incapacitado de liderar o farol.
Ao lado de sua mãe, Ida adquiriu as responsabilidades do trabalho de seu pai, executando com maestria desde cedo a maioria das tarefas, incluindo encher a lamparina com óleo, mantê-la acesa durante a noite e apagá-la ao amanhecer.
Em 1873, seu pai acabou falecendo e o título oficial de guardião foi passado para a mãe de Ida, porém, não demorou muito para que a mãe dela também acabasse por adoecer, partindo em 1878. Com a morte dos dois, o título de guardiã do farol foi dado oficialmente para Ida Lewis pelo senador Ambrose Burnside.
Heroína das águas
Antes de ser oficialmente uma faroleira, Ida Lewis já havia realizado diversos resgates no mar. O seu primeiro ocorreu aos 12 anos, quando avistou um grupo de quatro garotos se afogando após o navio em que navegavam ter virado. Rapidamente, a menina ainda criança saiu ao mar para resgatá-los.
Mais tarde, entre 1866 e 1867, Lewis realizaria mais alguns resgates por conta própria. Ela foi capaz de salvar um jovem soldado que estava navegando em uma pequena embarcação perto do farol e foi derrubado pelas ondas. Diante disso ela foi ao encontro do homem, puxando-o da água. Além disso, ela teria resgatado não apenas dois homens, mas também uma ovelha, após entrar nas águas geladas para resgatar os proprietários e o animal, que estavam perdidos em afogamento.
Com feitos impressionantes, os resgates valentes de Ida Lewis só tiveram fama, de fato, em 1869, quando realizou o resgate de dois soldados e um adolescente, que foram lançados em alto mar após seu barco ser derrubado pela nevasca e tempestade que atingia aquela região.
Com muita ousadia e coragem avistou os três e saiu correndo do farol para seu barco e foi em direção aos homens afogados. Longe das águas congelantes, os rapazes foram levados em segurança para o seu farol.
Após isso, ela ganhou atenção nacional e seu feito foi apresentado na Harper’s Weekly. Posteriormente a faroleira recebeu uma medalha de prata da The Life Saving Benevolent Association de Nova York e em 1881 foi premiada com a Medalha de Salvamento de Ouro do governo dos Estados Unidos em memória à sua bravura.
Ao todo, acredita-se que Lewis tenha salvado 18 vidas ao longo de sua carreira. Ela nunca abandonou o farol, realizando seu último resgate no final da década de 60, quando um grupo de jovens foi atirado ao mar pelas ondas criadas quando um navio a vapor passou perto do barco onde estavam. Lewis, ao ouvir os gritos de socorro, remou para a água e puxou os jovens para um lugar seguro.
O legado de Ida Lewis é reconhecido até hoje, tendo a cidade de Lime Rock mudado de nome para Ida Lewis Rock, em homenagem à ela. O seu antigo farol também serve nos dias de hoje como sede do Ida Lewis Yacht Club, onde 18 estrelas representam as 18 vidas que Ida Lewis salvou.