Jornal The Guardian não concorda que a mídia e o público não saibam do conteúdo do testamento, que deve ser mantido em sigilo por 90 anos
O jornal The Guardian está apelando contra a decisão de uma audiência realizada em 28 de julho de 2021 que definiu que o testamento do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II que morreu em abril do ano passado, será selado e mantido em segredo por 90 anos.
Ontem, 20, advogados da publicação afirmaram ao Tribunal de Apelação em Londres, na Inglaterra, que a realização de uma audiência secreta para definir essa questão, excluindo a imprensa e o público, foi errado.
Andrew McFarlane, presidente da Divisão de Família da Suprema Corte, disse em setembro de 2021 que o testamento deveria ser selado “e que nenhuma cópia do testamento deveria ser feita para registro ou mantida nos arquivos do tribunal”.
Segundo ele, existe uma convenção de 1910 a qual exige que a morte de um membro da família real britânica seja acompanhada de um pedido de selagem de testamento, assim como as audiências e julgamentos também devem ser feitos em sigilo.
Como reportou a CNN, McFarlane também afirmou que é guardião de um cofre que armazena mais de 30 testamentos de membros da realeza que já faleceram. No caso de Philip, ele afirma que seria “contrário ao objetivo de manter a dignidade do Soberano”, divulgar seu conteúdo.
A decisão de McFarlane foi divulgada somente dois meses depois, quando a imprensa pôde finalmente saber das audiências sobre o caso. Para o The Guardian, foi errado não permitir que a mídia pudesse questionar essas decisões de manter tudo em sigilo.
“Uma audiência totalmente privada como esta é a interferência mais séria na justiça aberta”, afirmou o advogado do jornal, Caoilfhionn Gallagher, advogado do Guardian, ao tribunal, acrescentando que a decisão é “desproporcional e injustificada”.