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Notícias / Brasil

Suzane von Richthofen não fez campanha para Lula

Montagem criou fake news e viralizou nos últimos dias nas redes sociais

Fabio Previdelli Publicado em 05/04/2022, às 17h03

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Suzane von Richthofen e Lula - Divulgação/Arquivo Pessoal e Getty Images
Suzane von Richthofen e Lula - Divulgação/Arquivo Pessoal e Getty Images

Nos últimos dias, as redes sociais foram tomadas por uma notícia falsa que liga o ex-presidente Lula à assassina Suzane von Richthofen. Usando um layout atrelado ao portal de notícias G1, uma montagem afirma que a presidiária estaria incentivando as pessoas a votarem no petista nas próximas eleições. 

Na faculdade, Suzane von Richthofen incentiva jovens a regularizar o título de eleitor e declara voto em Lula", diz a imagem que circula nas redes. 
Fake News sobre Suzane pedir apoio à Lula/ Crédito: Divulgação/G1

A notícia falsa viralizou de tamanha forma que o próprio portal publicou uma nota em sua página Fato ou Fake desmentindo a informação. “Nenhuma matéria com esse título e conteúdo foi publicada pelo G1”, afirmou o site. 

O que aconteceu com Suzane?

Condenada a 39 anos de prisão pela morte de seus pais, Alfred e Marísia, Suzane von Richthofen, atualmente, cumpre pena no regime semiaberto. Desde 2021, Suzane cursa biomedicina em uma universidade de Taubaté após obter nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Em outubro do ano passado, conforme relatado pela equipe do site do Aventuras na História, von Richthofen foi autorizada a não usar tornozeleira eletrônica para frequentar o curso superior presencial, conforme decisão do desembargador José Damião Pinheiro Machado Cogan, da Quinta Câmara Criminal.

A determinação da Justiça, definida no dia 22 daquele mês, ocorreu apenas após um período de trinta dias sem que aconteçam interferências por partes da presa.

Suzane foi autorizada a cursar a faculdade em agosto deste ano, depois de conseguir a nota necessária no Enem para seguir com a inscrição na graduação. Atualmente, ela cumpre pena em semiaberto e começou a frequentar o curso com o monitoramento, condicionado pelo juiz da execução da pena, conforme noticiou a revista Veja.

Cogan escreveu: “Observa-se que a impetrante já teve 24 saídas do regime semiaberto, sempre retornando. Não haviam tornozeleiras no estabelecimento prisional, como constatei junto ao DEECRIM da área”.

“As demais reeducandas que têm saídas ou eventualmente estudam não usam tornozeleiras nem nunca usaram. Assim parece-me razoável que se use pelo período de 30 dias, e, sem qualquer intercorrência, seja ele suspenso”, completou. 

“A utilização da tornozeleira eletrônica tem como objetivo o simples monitoramento do condenado durante os períodos de saída temporária, não se tratando de uma medida em desfavor do sentenciado, apenas fiscalização do devido cumprimento das condições impostas”, afirmou.

O desembargador também mencionou o fato de Suzane permanecer em uma cela isolada desde que começou a frequentar a faculdade, a fim de evitar a disseminação do novo coronavírus para outras prisioneiras.

“Assim que cumprido o ciclo de vacinação da impetrante, ou seja, desde que tenha tomado duas vacinas contra a Covid-19, o isolamento deverá ser suspenso, nos moldes em que se está estabelecendo para os estabelecimentos de ensino do Estado de São Paulo, onde o governador estipulou que este mês as aulas presenciais se iniciem”, concluiu.