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Notícias / Arqueologia

Conheça Nimu Borum, a criança indígena sepultada há centenas de anos

Estudo revela história e cultura por trás do sepultamento de 1.300 anos, desafiando práticas arqueológicas tradicionais

Redação Publicado em 28/08/2024, às 21h00

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A escavação do sepultamento de Nimu Borum - Reprodução/TV UFMG
A escavação do sepultamento de Nimu Borum - Reprodução/TV UFMG

Um novo estudo realizado no programa de pós-graduação em arqueologia da UFMG está reescrevendo a história e a abordagem da bioarqueologia no Brasil. A pesquisa resgata a história de Nimu Borum, uma criança indígena cujos restos mortais foram descobertos durante uma escavação em 2004, no sítio arqueológico da Lapa do Caboclo, em Diamantina, Minas Gerais. A estrutura funerária, com sepultamento estimado entre 600 e 1.300 anos, faz parte do acervo do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG.

O trabalho, assinado pela bioarqueóloga indígena Bibi Nhatarâmiak Borun-Kren, nome adotado pela pesquisadora Gabrielle Reis, traz à tona uma nova perspectiva para a análise dos restos mortais de Nimu Borum. A criança foi encontrada enterrada com ossos pintados de vermelho e envoltos em uma casca de árvore, um rito que reflete tradições indígenas ancestrais.

Por meio de avançadas técnicas de fotogrametria e tomografia, que incluíram mais de 600 fotos de alta resolução e uma análise no Hospital das Clínicas da UFMG, a idade do indígena foi revisada de três para dez anos.

Além de revelar detalhes biológicos, como a estrutura dentária e a mandíbula da criança, a pesquisa se destaca por incorporar conhecimentos e valores indígenas, propondo uma nova abordagem para a bioarqueologia.

Respeito

Bibi Nhatarâmiak Borun-Kren critica a visão tradicional da disciplina, que muitas vezes trata os restos mortais como meros objetos, sem considerar as histórias e culturas das pessoas a quem pertenciam.

Segundo a UFMG, a pesquisadora sugere que os arqueólogos adotem uma perspectiva mais humana e respeitosa em suas investigações, considerando as narrativas e tradições dos povos indígenas.