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Notícias / Arte

Reconstrução 3D de Rafael resolve mistério de esqueletos encontrados em sua tumba

Agora, os pesquisadores podem identificar, com certeza, os restos mortais do pintor renascentista

Isabela Barreiros Publicado em 08/08/2020, às 10h25

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Reconstrução facial 3D de Rafael - Divulgação/Tor Vergata University
Reconstrução facial 3D de Rafael - Divulgação/Tor Vergata University

No século 19, quando escavações foram realizadas na tumba de Rafael, localizada Panteão de Roma, pesquisadores ficaram confusos. Eles encontraram o esqueleto do pintor, mas descobriram diversos outros dentro do mesmo túmulo.

Alguns pertenciam aos alunos de Rafael, outros não foram identificados, e os especialistas não podiam afirmar, com certeza, se aquele primeiro esqueleto descoberto era de fato do renascentista italiano. Na época, porém, eles ainda fizeram uma cópia do crânio em gesso.

Tentando resolver esse mistério de longa data, pesquisadores da Universidade Tor Vergata, de Roma, decidiram desenvolver uma reconstrução facial 3D do artista. Eles usaram tanto o molde de gesso dos possíveis restos mortais de Rafael, retratos dele feitos por outros artistas e, também, autorretratos do próprio pintor.

Tumba de Rafael / Crédito: Wikimedia Commons

A partir desse trabalho, é possível avaliar a possibilidade de o esqueleto descoberto ser, de fato, do renascentista. Segundo o especialista em biologia molecular Mattia Falconi, uma reconstrução facial 3D “captura apenas 80% da face original, mas não há dúvida sobre o resultado. Parece que os estudantes que conhecemos estão enterrados lá, e seria coincidência demais para um estranho olhar tão parecido”

Portanto, foi possível concluir: "Temos evidências concretas pela primeira vez de que o esqueleto exumado em 1833 pertence a Raffaello Sanzio", afirmou Falconi.

Ao confirmarem os restos mortais de Rafael, os pesquisadores começaram a analisar as características específicas do pintor. Eles não conseguiram reconstruir de maneira clara suas orelhas, "mas felizmente Rafael tinha cabelos compridos que cobriam as orelhas", disse o especialista.

Além disso, eles também compararam o resultado final com os autorretratos pintados pelo artista. "O modelo 3D mostra que os olhos e a boca [nos retratos] são dele, mas ele foi gentil com o nariz. Sabemos que Rafael sempre se pintou mais jovem que seus anos, e esse modelo nos permite vê-lo como ele realmente era".