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Piloto neozelandês mantido em cativeiro por 19 meses em Papua Ocidental é libertado

O piloto neozelandês Phillip Mehrtens passou mais de um ano e meio sob controle de rebeldes de Papua Ocidental, mas finalmente foi libertado

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 21/09/2024, às 12h30

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Phillip Mehrtens em vídeo divulgado durante seu cativeiro - Reprodução/Vídeo/YouTube/@GuardianAustralia
Phillip Mehrtens em vídeo divulgado durante seu cativeiro - Reprodução/Vídeo/YouTube/@GuardianAustralia

Em fevereiro de 2023, o ex-piloto neozelandês Phillip Mehrtens, da Jetstar, foi capturado como refém pelo Exército de Libertação Nacional da Papua Ocidental (TPNPB), um grupo de rebeldes da província indonésia, para servir como moeda de troca para a pressão pela independência da Indonésia. E só nesta semana, após mais de um ano e meio em cativeiro, ele foi finalmente libertado.

Conforme repercute o Guardian, a libertação ocorreu após uma longa oferta de termos realizada com os rebeldes da região nesta semana. Em coletiva de imprensa, Mehrtens disse estar ansioso para se reunir com sua família:

Hoje fui libertado. Estou muito feliz que em breve poderei ir para casa e encontrar minha família. Obrigado a todos que me ajudaram hoje, para que eu possa sair em segurança e em condições saudáveis", disse.

Felizmente, após a libertação, o ex-piloto não parecia sofrer de sinais de estresse pós-traumático, por mais que tenha perdido muito peso nos últimos 19 meses, segundo o tenente-general do exército da Indonésia, Bambang Trisnohadi

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Saga de Mehrtens

A captura de Phillip Mehrtens pelo Exército de Libertação Nacional da Papua Ocidental ocorreu depois que ele pousou um pequeno avião comercial com passageiros no aeroporto de Paro, em Nduga, centro da insurgência crescente na região. Desde então, ele foi mantido pelos rebeldes, que buscavam uma troca vantajosa pelo neozelandês.

Foi somente na última terça-feira que o TPNPB divulgou, em declaração, termos para a libertação de Mehrtens, detalhando uma série de condições que deveriam ser seguidas pelo governo indonésio. Entre elas, estava a permissão para "acesso aberto", para que a mídia também se envolvesse no processo de libertação.

Fora isso, também foi pedido no documento para que o governo da Indonésia suspendesse as operações militares em meio ao processo de libertação de Mehrten, além de que o governo da Nova Zelândia "fornecesse espaço" para que o piloto transmitisse "o que sentiu" durante o tempo que esteve em cativeiro.

Vale mencionar que, em agosto, os rebeldes supostamente mataram a tiros outro neozelandês, um piloto de helicóptero chamado Glen Malcolm Conning, o que aumentou ainda mais o clima de tensão em torno do caso de Mehrten. Foi graças ao episódio, inclusive, que grande atenção foi voltada mais uma vez ao conflito que assola a Papua Ocidental há tempos.

Conforme detalha o The Guardian, Papua Ocidental compõe a metade ocidental da ilha da Nova Guiné, desde que a Indonésia assumiu o controle da antiga colônia holandesa, em 1969. Em 2022, membros da ONU chegaram até mesmo a pedir acesso humanitário urgente e irrestrito na região, devido a preocupações e uma série de acusações sobre "abusos chocantes contra os papuas indígenas, incluindo assassinatos de crianças, desaparecimentos, tortura e deslocamento em massa de pessoas".

Agora, a família de Phillip Mehrtens pede por privacidade, e não informaram muito mais além da alegria de vê-lo livre e prestes a retornar para casa.