Espécies de crocodilos teriam sido maiores predadores enfrentados pelos humanos
Escavação realizada por pesquisadores dos Estados Unidos revelou espécies de crocodilos que viveram entre 15 e 18 milhões de anos atrás. Antes de entrarem em extinção, os répteis habitavam o leste da África.
Publicado pela revista The Anatomical Record, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, descobriu fósseis de crocodilos de cerca de 15 e 18 milhões de anos atrás, que podiam atingir até 3,5 metros de comprimento, diferentemente dos crocodilos anões atuais que chegam a 1,2 metros.
As espécies nomeadas Kinyang mabokoensis e Kinyang tchernovi muito se assemelham às dos crocodilos anões hoje encontrados na África central e ocidental, e são conhecidas como crocodilos anões gigantes, como informado pela revista Galileu.
Ambas as espécies foram extintas com o fim do período Mioceno, há cerca de 15 milhões de anos. O provável motivo para isso seria a redução das chuvas onde ficavam — no Vale do Rift da África Oriental, onde hoje está a Quênia. Como a região era amplamente coberta por florestas, essas desapareceram gradualmente e foram substituídas por campos e savanas mistas, assim representando um problema para os crocodilos.
No entanto, os pesquisadores afirmam que ainda são necessários mais testes, pois não é possível determinar com precisão quando esses animais foram extintos. Outra teoria, é que isso teria ocorrido diante do surgimento dos maiores primatas bípedes que originaram os humanos modernos.
De acordo com o estudo, esses répteis possuíam como hábito de caça esperar suas presas na floresta, o que ocorria a maior parte do tempo, por isso não permaneciam por muito tempo na terra.
As espécies tinham dentes grandes e cônicos e focinhos curtos e profundos. Além disso, os fósseis revelaram que as narinas desses animais se abriam não apenas para cima, como dos crocodilos atuais, mas também um pouco para cima e para frente.
“Esses foram os maiores predadores que nossos ancestrais enfrentaram. Eles eram predadores oportunistas, assim como os crocodilos são hoje”, explicou Christopher Brochu, professor de Ciências da Terra e Ambientais da Universidade de Iowa, em comunicado, como relatado pela revista Galileu.