Conheça o Purussaurus brasiliensis, o maior crocodilo do mundo que habitou a Amazônia
O Purussaurus brasiliensis foi o maior crocodilo que já habitou nosso planeta. Conhecido como lagarto do Rio Purus, esse gigante que podia atingir 12 metros de comprimento viveu aqui na América do Sul, na floresta amazônica, e tinha uma mordida ainda mais forte que a de um Tiranossauro Rex.
O mais completo fóssil já encontrado da espécie se encontra hoje no laboratório de paleontologia da Universidade Federal do Acre (Ufac), responsável pela publicação de um artigo científico sobre o tema no ano de 2021.
A seguir confira 5 curiosidades sobre esse imenso animal, que viveu há 8 milhões de anos.
De acordo com estudos, o primeiro fóssil de Purussaurus foi encontrado no ano de 1892 às margens do Rio Purus, que percorre o Peru e os estados do Acre e do Amazonas no Brasil. Na época, o fóssil foi entregue ao botânico João Barbosa Rodrigues, quem era responsável pelo Museu de Botânica da Amazônia. O profissional foi o primeiro a realizar a classificação do animal.
“A primeira vez que ele foi descrito em 1892 pelo seu criador original, o Barbosa Rodrigues, tinha poucas peças, eram placas isoladas, um pedaço de mandíbula que deu apenas para definir essa nova espécie, que chamou de Purussaurus, que significa lagarto do Rio Purus brasileiro, mas ele apenas mencionou que era um jacaré grande, foi o que ele concluiu naquela época", disse o paleontólogo Jonas Filho, coautor do artigo, ao G1 em 2021.
Contudo, foram outros achados que permitiram uma avaliação 'mais abrangente'.
"Depois novos achados foram feitos e a partir daí surgiu uma avaliação muito mais abrangente do Purussaurus. Então, esse trabalho novo junta a análise desses materiais e permite a gente conhecer um pouco mais da espécie", declarou.
Além de passar dos 12 metros de comprimento, os estudiosos descobriram que o réptil tinha uma força excepcional na mandíbula, tanto é que sua mordida chegava a ser duas vezes mais forte que a do Tiranossauro Rex.
Como era de se esperar de um animal tão grande, os especialistas concluíram que o crocodilo pré-histórico necessitava de uma grande quantidade de carne todos os dias: uma média de 40 quilos.
Os estudos até hoje realizados apontam para um parentesco entre o Purussaurus brasiliense e o jacaré-açu. A espécie é exclusiva da América do Sul e pode atingir os seis metros de comprimento, bem menos que seu primo distante.
Os estudos também concluíram que o reinado do gigante amazônico teve fim com o surgimento da Cordilheira dos Andes, que gerou impactos em todo o continente.
A cordilheira provocou inúmeras alterações, em especial, na região amazônica, o que fez com que o Purussauro fosse extinto.
Em 2019, o garoto Robson Cavalcante, à época com 11 anos, encontrou por acaso um fóssil às margens do Rio Acre, no município de Brasileia. Os especialistas acreditam que o achado, que foi enviado ao laboratório da UFAC, se trata da mandíbula de um Purussauro.
“O material continua envolto no gesso como foi retirado do campo, nenhum estudo junto a ele foi feito, mas tem proporções iguais a esse que está na universidade. Segue à espera de estudos e vai colaborar ainda mais com as informações, podendo se tratar, inclusive, de uma espécie diferente e causar especulações de surpresa”, disse Jonas Filho ao G1.
Confira aqui o artigo publicado.