A jovem Disha Ravi foi presa no domingo, 14, após alegações de que ela teria “promovido a discórdia contra o Estado”
No último domingo, 14, a polícia de Nova Délhi, capital da Índia, prendeu a ativista Disha Ravi, de 22 anos. Segundo noticiado pelo UOL, a jovem é a líder indiana do movimento “Fridays For Future”, protesto idealizado pela ativista Greta Thunberg, em 2018.
Iniciado no parlamento da Suécia, o movimento reverberou em todo o mundo, e diversos jovens passaram a protestar contra as mudanças climáticas. Em resumo, o objetivo é cobrar as autoridades de cada país em relação às medidas para conter a crise no clima.
De acordo com a polícia de Nova Délhi, Disha Ravi é uma das responsáveis por "promover a discórdia contra o Estado", já que ajudou a criar e divulgar uma campanha de incentivo aos agricultores na Índia.
Acontece que, desde dezembro de 2020, camponeses indianos estão protestando contra a reforma agrária que foi aprovada pelo parlamento há seis meses. As novas leis agrícolas determinam maior liberalização do setor, e ainda podem garantir mais benefícios para os grandes empresários e fazendeiros.
A reforma foi aprovada pelo governo do primeiro-ministro Narendra Modi, que acusa diversos ambientalistas de estimularem os protestos. Ravi chamou a atenção das autoridades depois que Greta postou, em sua conta oficial no Twitter, um documento que funcionaria como um guia para o ativismo — e que teria sido elaborado pela indiana.
I am Anjana, #DishaRavi friend, Disha Ravi needs a strong voice to get justice ...
— Disha Ravi (@Disha__Ravi) February 14, 2021
Please #ReleaseDishaRavi
Segundo Thunberg, trata-se de “uma caixa de ferramentas para criar e espalhar consciência sobre as reclamações dos agricultores”. O problema é que, para a polícia da Índia, o material tinha o objetivo de travar uma guerra contra o governo.
Agora, a ativista Disha Ravi está sob custódia e deve ter audiência marcada no tribunal em cinco dias. Sua prisão também gerou comoção nas redes sociais.