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Notícias / Arte

Escravizada e contrabandeada? Historiador investiga passado da mãe de Da Vinci

Novo estudo sugere que a mãe do grande pintor e inventor renascentista era uma garota escravizada que havia sido contrabandeada

Eduardo Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 15/03/2023, às 14h13 - Atualizado em 16/03/2023, às 11h58

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Estátua de Leonardo da Vinci em Florença, na Itália - Peter K. Burian/Creative Commons
Estátua de Leonardo da Vinci em Florença, na Itália - Peter K. Burian/Creative Commons

Uma nova análise de documentos de quase 600 anos revelou que a mãe de Leonardo da Vinci, o artista, cientista e inventor que, por exercer tantas funções, acabou sendo o motivo da expressão "homem da Renascença", foi uma escravizada, presa e traficada quando adolescente no Cáucaso e levada à Itália.

A matriarca de da Vinci, chamada Caterina, foi capturada e tirada de sua casa na Circássia, região da atual Federação Russa, próxima ao Mar Negro, e levada a força à Veneza, na Itália. Essas informações provêm de documentos descobertos pelo historiador italiano Carlo Vecce, que os encontrou no Arquivo do Estado de Florença, ou seja, em posse pública.

Se os documentos forem precisos e verdadeiros, isso significa que o pintor clássico da Renascença da Itália, na verdade, não é completamente italiano. Os achados ainda não foram publicados em um periódico científico com revisão de pares, e as informações foram cedidas ao LiveScience em entrevista do historiador Vecce.

Escravidão

As descobertas de Carlo Vecce o motivaram a escrever um livro de ficção baseado nos dados factuais de sua pesquisa. O historiador descobriu que Caterina foi vendida diversas vezes em Constantinopla e Veneza até chegar em Florença, onde ela conheceu o jovem tabelião Piero da Vinci, pai de Leonardo.

Até então, só a linhagem do pai do pintor e inventor havia sido traçada, fazendo com que muitos acreditassem que a mãe era uma órfã. Os pais de da Vinci não eram casados e ele nasceu fora do vínculo do casamento, um tabu muito maior na época do que hoje. Ele nasceu na cidade de Anchiano, na Toscana.

O historiador encontrou um documento de 1452 assinado por Piero no qual Caterina era libertada da escravidão, um ano após ser comprada por um cavaleiro de Florença para ser uma de leite. 

Paolo Galluzi, historiador e presidente honorário do Museu Galileo em Florença, disse ao LiveScience que a reconstrução da história de Caterina realizada por Vecce é convincente. Já Martin Kemp, da Universidade de Oxford na Inglaterra, afirma que nada sobre Caterina foi provado demonstravelmente.