Líder de Igreja foi condenado por crimes de racismo e ódio contra judeus
O radical religioso que alegou durante live que "judeus deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial" foi condenado a 18 anos de prisão por crimes de racismo e ódio contra judeus.
A Justiça Federal condenou Tupirani da Hora Lores, líder religioso da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, a 18 anos e 6 meses de prisão após o conhecimento de 6 ataques cometidos contra a religião. O homem já havia sido preso em fevereiro cumprindo mandado de prisão preventiva.
Em um culto exibido em junho de 2020, Tupirani disse que "judeus deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial". Segundo o G1, ele foi detido através da Operação Rófesh pela Polícia Federal, em sua casa, na região central do Rio de Janeiro, em 24 de fevereiro. A PF já havia estado lá em março do ano passado para cumprir mandados de busca e apreensão.
A juíza Valéria Caldi Magalhães, da 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, afirmou que "o réu se valeu de sua condição de pastor de uma comunidade religiosa para a prática do crime, o que incrementa o potencial de induzir os seguidores a agir de modo similar", na sentença dessa quinta-feira, 30.
Segundo o G1, Tupirani da Hora Lores também responderá por incitação e apologia de crime e responderá por pena de 26 anos de reclusão, caso seja condenado. Ele também ataca instituições públicas, insultando a Polícia Federal e o Poder Judiciário.
Tupirani e um seguidor foram presos em 2009 pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática da Polícia Civil do RJ, por prática de intolerância contra outras religiões, que caracterizava como “seguidoras do diabo” e “adoradoras do demônio”, como descreve a sentença de condenação. Ele foi o primeiro condenado por intolerância religiosa do Brasil.
Além de incitação ao ódio contra judeus, ele também ataca religiões de origem africana, associando figuras de pais de santo a homossexuais. Tupirani também ataca outras instituições evangélicas, como em seus blogs, apoiava o fim da Igreja Assembleia de Deus.
Seus seguidores em 2018, picharam inscrições no asfalto do Parque Garota de Ipanema, afirmando a volta do redentor em 2070 e o fim da Constituição. Após discussão com guardas municipais, o episódio terminou com 12 fiéis feridos e um em estado grave.