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Notícias / Dom Philip

Irmãos dizem que assassinaram Dom Phillips e Bruno Pereira, afirmam fontes da PF

Jornalista britânico e indigenista estavam desaparecidos desde o início do mês na Amazônia

Redação Publicado em 13/06/2022, às 16h18

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Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira - Divulgação/Twitter e Funai
Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira - Divulgação/Twitter e Funai

Oseney da Costa de Oliveira e Amarildo da Costa Oliveira, chamado de 'Pelado', confessaram o assassinato jornalista britânico Dom Phillips e ao indigenista Bruno Pereira nesta quarta-feira, 15, segundo fontes da PF, conforme repercutido pelo G1.

Os irmãos foram levados por autoridades da PF para o local palco das buscas, no Vale do Javari, onde deveriam indicar o local onde se encontravam os corpos. O veículo, todavia, repercute que a família de Dom Phillips não recebeu a informação da confissão dos crimes.

Eles estavam desaparecidos na Amazônia desde o início deste mês. Na manhã da última/desta segunda-feira, 13, a esposa do periodista — que escrevia matérias sobre o Brasil para veículos como o New York Times, The Guardian e The Washington Post — informou que a Polícia Federal lhe contactou para informar sobre a descoberta do corpo do marido e de Bruno

Desencontro de informações

Entretanto, pouco depois, a informação não foi confirmada pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), a associação de defesa indígena que denunciou o  desaparecimento da dupla. A PF também publicou uma nota negando a informação

O Comitê de crise, coordenado pela Polícia Federal/AM, informa que, não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados os corpos do Sr. Bruno Pereira e do Sr. Dom Phillips. Conforme já divulgado, foram encontrados materiais biológicos que estão sendo periciados e os pertences pessoais dos desaparecidos. Tão logo haja o encontro, a família e os veículos de comunicação serão imediatamente informados", diz o comunicado.

As informações sobre o achado, porém, chegaram ao presidente Jair Bolsonaro que, em entrevista à rádio CBN Recife, chegou a afirmar que seria difícil encontrá-los com vida após mais de uma semana do sumiço:

“Estou acompanhando [as buscas dos corpos do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira]. Agora, os indícios levam a crer que fizeram alguma maldade com eles. Foram encontradas vísceras humanas, que já estão aqui em Brasília para se fazer o DNA”.

“Pelo tempo, já temos aqui oito dias, vai ser muito difícil encontrá-los com vida. Eu peço a Deus que os encontrem com vida, mas os indícios levam para o contrário no momento", completou. 

Suspeito torturado

Até então, as autoridades que trabalham para entender o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira já haviam apreendido Amarildo da Costa Silveira, morador da região acusado de ser um dos suspeitos pelas mortes. 

Segundo Amarildo, porém, em matéria publicada pela TV Cultura, agentes teriam o torturado com agressões e sufocamento com uma sacola plástica. A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, por sua vez, se pronunciou e alegou investigar as acusações, ressaltando que "todas as ações do sistema de segurança do Amazonas são pautadas pela legalidade" e que não compactua com desvios de conduta.

Sobre Dom Phillips e Bruno Pereira

Há mais de 15 anos, o jornalista britânico Dom Phillips fazia reportagens sobre o Brasil para diversos veículos internacionais, como "Washington Post", "New York Times" e "Financial Times", além do "The Guardian" — onde atuava atualmente. 

Além de indigenista — pessoa que possui reconhecimento por seu apoio à causa indígena —, Bruno Rodrigues também era servidor federal licenciado pela Funai; além de atuar no suporte da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) em projetos e ações pontuais.

A dupla fazia expedições juntos na região desde 2018, segundo o "The Guardian". De acordo com a Univaja, Bruno era um "experiente e profundo conhecedor da região”.