Estudo analisa casos de crianças intoxicadas com a Cannabis
A intoxicação com cannabis entre crianças aumentou nas províncias canadenses onde produtos comestíveis com o composto foram legalizados. Entre esses artigos alimentícios estão balas e chocolates, que podem ser visualmente atraentes para crianças.
Um estudo analisou as taxas de hospitalizações pediátricas em quatro províncias do Canadá: Ontário, Alberta, Colúmbia Britânica e Québec. Das quatro, só o Québec decidiu não autorizar a venda de produtos comestíveis com cannabis. A pesquisa compilou registros hospitalares de crianças de 9 anos para baixo entre janeiro de 2015 e setembro de 2021.
A intoxicação com cannabis pode causar sono excessivo, tontura, problemas para andar e respirar e, em casos muito severos, convulsões. No período do estudo, as quatro províncias em conjunto registraram 581 casos de intoxicação pediátrica com cannabis, com 356 desses acontecendo depois da legalização, que se deu em 2020.
O estudo, divulgado na revista do fórum de saúde JAMA Health Forum, ainda mostrou que um terço das hospitalizações pediátricas por intoxicação nas províncias onde os artigos comestíveis são legalizados se deram por cannabis. As informações foram divulgadas pelo site LiveScience.
Esse não é um problema exclusivo do Canadá: um fenômeno semelhante tem sido registrado nos estados que legalizaram os artigos comestíveis de cannabis nos EUA. Um estudo mostrou que o número de ocorrências registradas entre crianças de menos de 6 anos no país aumentou em 15 vezes entre 2017 e 2021. O que eram 207 casos viraram 3054, só num período de 4 anos.
Os pesquisadores do estudo canadense concluem que implantar restrições à venda de produtos com cannabis que tenham um apelo visual para as crianças é uma estratégia essencial para prevenir essas intoxicações acidentais. Convenhamos que balinhas de ursinho e cookies talvez não sejam o melhor meio de vender uma substância só para adultos, né?