Filho do presidente, Flávio Bolsonaro compartilhou um vídeo em que homem acusa entrevistadora de recusar colher sua opinião por ser apoiador do atual presidente
Na noite da última quinta-feira, 15, o senador Flávio Bolsonaro teve uma publicação em seu Instagram marcada como fake news pela própria plataforma. O post alega que uma funcionária do Datafolha se recusa a colher a opinião de um cidadão por ele ser apoiador de Bolsonaro.
O vídeo compartilhado por Flávio foi postado minutos depois do instituto publicar os resultados da nova pesquisa, que apontam que o ex-presidente Lula lidera com folga as intenções de voto para a presidência.
Como o ex-presidiário tá com 45% no Datafolha? Mostro pra você”, escreveu Flávio.
No vídeo compartilhado por Bolsonaro, um homem alega que uma entrevistadora do Datafolha se recusa a colher sua opinião pelo fato dele ser apoiador do atual presidente.
"Datafolha... se for Bolsonaro ela não faz a pesquisa, tá fugindo, tá se escondendo. Se for Bolsonaro? 'Eu fui colocar lá que era Bolsonaro e eles não aceitaram não'. Entendeu? Se você fala que é Bolsonaro ela corre ó, correu, pra você ver a mentira, falcatrua”, diz o responsável por fazer o vídeo.
Pouco depois, porém, o Instagram colocou a seguinte informação no post: "Informação falsa. A mesma informação foi analisada por verificadores de fatos independentes em outra publicação".
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Conforme relatado pelo UOL, a checagem dos fatos foi feita logo em sequência por, ao menos, três agências: Reuter, Aos Fatos e AFP; que apontaram se tratar de uma fake news.
O Datafolha explicou à Reuters que o ocorrido foi um registro feito no bairro da Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, na última terça-feira, 13, quando a funcionária que fazia a pesquisa "foi abordada por um segurança de um estabelecimento comercial após realizar uma entrevista em frente a este local".
"Esse segurança estava filmando a pesquisadora quando a abordou, perguntou se ela trabalhava para o Datafolha e solicitou que ela o entrevistasse", continuou o instituto. A gravação ainda mostra que o segurança solicitou que fosse entrevistado: "Eu falei pra ela: 'faz a pergunta'. Quando a gente falou que era Bolsonaro ela saiu correndo".
Porém, segundo as normas do instituto, as entrevistas devem ser feitas de maneira natural e aqueles que se prontificarem a participar não deverão ter suas opiniões colhidas.
A abordagem dos entrevistados tem que ser aleatória, se aceitarmos pessoas que se oferecem, independentemente da posição política, teremos um viés na amostra", explicou Luciana Chong, diretora do Datafolha, à AFP.