'A incrível história da cerveja', publicado pela L&PM Editores, narra os 15 mil anos de história da primeira bebida fermentada criada pelo ser humano
A cerveja é uma das bebidas mais populares em todo o mundo, presente em socializações, festas, reuniões e diversos outros tipos de eventos — ou até mesmo para refrescar do calor em um dia quente de verão —, mas o que poucos sabem é que a bebida nos acompanha há muito mais tempo do que muitos imaginam; antes até mesmo do vinho.
A cerveja primitiva teve um papel muito importante na sedentarização dos povos, na organização agrícola e nos ritos religiosos, por exemplo. Agora, sua história é contada em "A incrível história da cerveja" (L&PM Editores), uma HQ que conta 15 mil anos de história da primeira bebida fermentada criada pelo ser humano.
Escrito pelo francês Benoist Simmat, a obra conta que a bebida, também chamada de "pão líquido", era, de fato, tão importante quanto o pão durante as civilizações antigas.
Um exemplo disso são os sumérios, onde a produção da cerveja era uma tarefa feminina. O povo tinha Ninkasi como deusa cervejeira.
Eles também consumiam a bebida em contextos comunitários; era uma alimentação coletiva e também um vínculo social.
Além disso, alguns códigos do antigo conjunto de leis Hamurabi também dizem respeito à cerveja. Como as transações econômicas do comércio da bebida.
"Se uma taberneira entregou um jarro de cerveja a crédito, ela tem direito a uma quantidade equivalente de cevada na colheita" e "Se uma taberneira não quiser receber cevada como pagamento pela cerveja em relação à quantidade de grãos, ela será condenada e atirada na água", apontam as leis 111 e 108, respectivamente.
Já os povos asiáticos distinguiam os tipos de cerveja: Li, para a criadagem; Jiu, para os proprietários — essa com o teor alcoólico mais alto, podendo ser armazenada por mais tempo, uma vez que o álcool impede a proliferação de bactérias.
A produção e distribuição da bebida também enfrentou uma verdadeira revolução com o lúpulo. Em "A incrível história da cerveja", Simmat narra que a freira Hildegarda de Bingen foi quem descobriu a utilização da planta na cervejaria.
A freira percebeu que o lúpulo, quando fervido, retarda o apodrecimento das bebidas fermentadas e permite seu armazenamento por muito mais tempo. Assim a cerveja se tornava mais resistente e capaz de enfrentar viagens.
O livro tem como foco contar como a cerveja e a civilização sempre andaram lado a lado e como as mulheres sempre estiveram intrinsecamente presentes na história da bebida. A personagem que guia o leitor pela história é, em homenagem a isso, uma mulher.