Líder jihadista na Nigéria manda executar 26 mulheres sob acusação de bruxaria
O grupo extremista Boko Haram executou 26 mulheres em um vilarejo na Nigéria, sob a acusação de terem praticado bruxaria, após a morte repentina do filho do líder jihadista Ali Guyile, no último domingo, 13. A morte, segundo informações da AFP, causou a fúria do comandante, que ordenou a detenção de aproximadamente 40 mulheres.
As vítimas foram mantidas reféns por capangas do grupo na aldeia de Ahraza, na cidade nigeriana de Gwoza. De acordo com Talkwe Linbe, 67, que conseguiu escapar da morte graças a ajuda de um guarda, Guyile daria a "punição adequada" caso as mulheres fossem consideradas culpadas pela morte do filho:
Ele [Ali Guyile] disse que investigaria nosso envolvimento na morte e daria a punição adequada caso fôssemos culpadas. Na quinta-feira (10), ele ordenou que matassem 14 mulheres. Por sorte, eu não estava nessa lista, e meu namorado, que era um dos guardas que nos vigiavam, me ajudou a escapar naquela noite".
As forças de segurança nigerianas lutam contra o Boko Haram desde 2009, quando sua insurgência matou mais de 40 mil pessoas e forçou mais de 2 milhões de moradores a deixarem suas casas. Além disso, também há uma forte luta contra a influência do grupo terrorista Estado Islâmico.
Outros casos de violência devido à acusação de bruxaria foram registrados no último sábado, 12, quando mais 12 mulheres foram vítimas dos jihadistas. As práticas de feitiçaria como religião é uma pauta que divide opiniões na Nigéria, país conhecido por seu conservadorismo local e pela divisão religiosa entre muçulmanos e cristãos.