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Curiosidades / África

Acusado de bruxaria: O que aconteceu com o menino nigeriano abandonado que chocou o mundo

Compartilhada em 2016 pela dinamarquesa Anja Ringgren Lovén, foto revelou a brutal realidade que muitas crianças vivem no país africano

Alana Sousa / Atualizado por Fabio Previdelli Publicado em 22/01/2021, às 07h00 - Atualizado em 24/06/2022, às 06h00

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Divulgação/Anja Ringgren Lovén - A fatídica imagem
Divulgação/Anja Ringgren Lovén - A fatídica imagem

Uma imagem chocou o mundo em fevereiro de 2016. Nela é possível ver um pequeno menino quase esquelético, nu, sujo e abandonado; uma mulher lhe oferece uma garrafa de água, a qual ele toma com vontade, e biscoitos.

A princípio não se sabia as circunstancias pelas quais o garoto estava naquela situação, entretanto, tempos depois, foi descoberto que sua realidade não era muito diferente de milhares de crianças da Nigéria, que são acusadas de bruxaria.

O menino, de apenas dois anos, havia sofrido violência e fora deixado na rua pela própria família, ele lutava para encontrar restos de comida do lixo, ou ainda, necessitava da bondade de outros para lhe ajudar.

A triste imagem de Hope abandonado na vila da Nigéria / Crédito: Divulgação/Anja Ringgren Lovén

Todos os anos, muitos menores de idade são abandonados e, em casos mais severos, mortos, por serem associadas à bruxaria. Uma tradição forte na região africana, comunidades tendem a creditar doenças, más colheitas, perda de emprego, mortes e uma diversidade de outras situações precárias a crianças que seriam supostamente bruxas.

Algumas delas perdem a vida por conta desse costume, enquanto outras são mutiladas e deixadas em estradas, como foi o caso de Hope. Apesar de a prática ser mal vista por todo o mundo, as autoridades do país não conseguem fazer muito, pois, trata-se de atos culturais já bem enraizados na população.

O tão esperado resgate

Em uma viagem à Nigéria, a dinamarquesa Anja Ringgren Lovén ficou impressionada ao ver de perto a realidade daquelas vilas. Após entender sobre os casos de bruxaria que as crianças estavam envolvidas, decidiu se mudar da Dinamarca com o marido e foi viver no país africano.

Lá, através de uma denúncia, resgatou não só Hope — o qual ela batizou com o nome esperança, em inglês —, mas dezenas de outros pequenos. Criou a African Children’s Aid Education and Development Foundation (Fundação Africana de Ajuda à Educação e Desenvolvimento para Crianças, em tradução livre).

Naquele início de 2016, conseguiu atrair a atenção do mundo para sua causa, e, segundo o jornal The Independent, arrecadou mais de um milhão de dólares.

Quando foi tirado das ruas, Hope estava em um estado crítico de desnutrição, precisou passar por transfusão de sangue e um intenso tratamento para se livrar de vermes e outras doenças que ele sofria, além de, aos poucos, precisar fazer com que seu corpo se acostumasse com novos alimentos.

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Hope algumas semanas depois / Crédito: Anja Ringgren Lovén

Entretanto, em poucas semanas, uma nova foto surpreendeu a todos. Hope não se parecia em nada com a imagem triste que todos se lembravam. Feliz, saudável, o menino estava melhor do que nunca.

Um ano depois, Lovén voltou a compartilhar com seus seguidores o desenvolvimento do nigeriano. “Como você pode ver, Hope está crescendo com rapidez e ele é um menino lindo, saudável e muito feliz por causa do tremendo amor e cuidado que recebe todos os dias de nossa equipe e de todos os nossos filhos”, disse Anja para a CBS News, em 2017.

Atualmente, Hope e mais 35 crianças vivem sob a custódia da dinamarquesa e de seu marido, David. Em uma de suas últimas atualizações nas redes sociais, o casal contou que o menino, agora com cinco anos, frequenta a escola e “está seguro e recebendo muito amor”.