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Notícias / Arqueologia

Fóssil revela que vaca-marinha pré-histórica foi comida por crocodilo e tubarão

Fóssil de vaca-marinha extinta mostra batalha com crocodilo e tubarão há 15 milhões de anos no mar da Venezuela

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 29/08/2024, às 17h00

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Representação de uma vaca-marinha - Divulgação/Pinterest
Representação de uma vaca-marinha - Divulgação/Pinterest

Um fóssil raro desenterrado na Venezuela revelou uma cena de 15 milhões de anos atrás: uma vaca-marinha pré-histórica, conhecida como dugongo, foi atacada por dois predadores marinhos em um mesmo dia fatídico.

A descoberta, descrita em um estudo recente publicado no Journal of Vertebrate Paleontology, oferece um vislumbre único das interações predatórias no Mioceno, entre 11,6 e 23 milhões de anos atrás.

O fóssil, composto por um crânio parcial e 13 vértebras, revelou marcas de mordida de dois predadores distintos: um crocodilo e um tubarão-tigre extinto, identificado pelo dente que ficou preso no corpo da vaca-marinha.

O estudo sugere que o crocodilo atacou primeiro, usando sua força para tentar sufocar a presa, enquanto o tubarão-tigre chegou depois, talvez atraído pelo cheiro de sangue, para desmembrar o corpo.

"É raro encontrar evidências de dois predadores em um único espécime," afirmou Aldo Benites-Palomino, principal autor do estudo e doutorando em paleontologia na Universidade de Zurique. Ele destacou a importância de explorar fósseis em regiões tropicais como a Venezuela, onde descobertas inesperadas como esta podem ocorrer.

O ataque

A análise das marcas de mordida indica que o crocodilo, possivelmente de 4 a 6 metros de comprimento, usou um movimento conhecido como rolamento da morte para subjugar a vaca-marinha.

Segundo a CNN, esse comportamento ainda é observado em espécies de crocodilos modernas. Em seguida, o tubarão-tigre completou a tarefa, deixando marcas de mordida ao longo do corpo da vítima.

Dean Lomax, paleontólogo da Universidade de Bristol e da Universidade de Manchester, comentou que, embora o estudo seja convincente, é difícil determinar, com certeza, se a vaca-marinha foi vítima de um ataque ativo ou se os predadores se alimentaram de uma carniça. "A menos que tenhamos evidências diretas, é sempre difícil afirmar com 100% de certeza," disse ele.

A descoberta, feita inicialmente por um fazendeiro na região de Coro, destaca o potencial inexplorado de áreas fósseis na América do Sul.

Marcelo Sánchez-Villagra, coautor do estudo, enfatizou a importância de continuar explorando essas novas regiões, que têm o potencial de revelar segredos ainda desconhecidos da história natural.