Uma expedição recente aos escombros do navio RMS Titanic revelou uma estátua de bronze que afundou com a embarcação em abril de 1912
Publicado em 02/09/2024, às 17h15 - Atualizado em 03/09/2024, às 14h52
Entre julho e agosto deste ano, uma expedição até o RMS Titanic, realizada por dois veículos operados remotamente (ROVs), registrou mais de dois milhões de imagens e 24 horas de filmagem em alta definição do naufrágio.
Em 1986, Robert Ballard, que havia encontrado os destroços do Titanic um ano antes, avistou e fotografou uma estátua de bronze chamada Diana de Versalhes. No entanto, a localização da estátua, com 60 cm de altura, não foi mais documentada desde então. Agora, ela foi encontrada deitada de bruços nos sedimentos do campo de destroços.
"Foi como encontrar uma agulha em um palheiro, e redescobri-la este ano foi muito significativo", afirmou James Penca, pesquisador do Titanic e apresentador do podcast Witness Titanic. A estátua foi exibida para os passageiros da primeira classe do Titanic.
O salão da primeira classe era a sala mais bonita e incrivelmente detalhada do navio. E a peça central daquela sala era a Diana de Versalhes. Mas, infelizmente, quando o Titanic se partiu em dois durante o naufrágio, o salão foi rasgado. E no caos e na destruição, Diana foi arrancada de seu manto e caiu na escuridão do campo de destroços", disse ele, segundo a BBC News.
A RMS Titanic Inc. detém os direitos exclusivos de salvamento do Titanic e é a única empresa legalmente autorizada a remover itens do local do naufrágio.
Ao longo dos anos, a empresa recuperou milhares de artefatos dos destroços, e muitos deles estão em exibição em diversos locais ao redor do mundo. Eles planejam retornar no próximo ano para recuperar mais itens, incluindo a estátua de Diana, que desejam trazer de volta à superfície.
No entanto, há quem considere que os destroços devem ser deixados intocados, visto que servem como túmulo de centenas de pessoas. “Esta redescoberta da estátua de Diana é o argumento perfeito contra deixar o Titanic em paz”, argumentou Penca.
Esta era uma obra de arte que deveria ser vista e apreciada. E agora essa bela obra de arte está no fundo do oceano... na escuridão total, onde ela está há 112 anos. Trazer Diana de volta para que as pessoas possam vê-la com seus próprios olhos — o valor disso, despertar o amor pela história, pelo mergulho, pela conservação, pelos naufrágios, pela escultura, eu nunca poderia deixar isso no fundo do oceano”, concluiu.
