Através de uma técnica curiosa, as populações pré-colombianas conseguiram aumentar a biodiversidade da floresta
Em uma pesquisa conjunta entre a Universidade de Exeter, na Inglaterra, e a Universidade Federal do Mato Grosso, mais de 4 mil árvores foram analisadas na floresta Amazônica, especificamente nas regiões sul e leste da mata.
Diante do estudo, foi possível revelar que nas áreas denominadas como "terra preta" são encontrados ecossistemas diversificados. O nome se refere a um tipo de fertilização utilizada já pelos primeiros habitantes da Amazônia, e consiste basicamente em carvão misturado com restos de comida.
Edmar Almeida de Oliveira, líder da pesquisa, explica que nesses locais a concentração de árvores frutíferas é bem maior. Sendo essa a primeira revelação feita a respeito da influência de ameríndios pré-colombianos no ecossistema atual da Amazônia.
Já o professor José Iriarte da Universidade de Exeter realça o sucesso dos indígenas: “Ao criar a terra preta, os primeiros habitantes da Amazônia conseguiram cultivar o solo com sucesso por milhares de anos em um sistema agroflorestal”.
Ele ainda completou: "Acreditamos que as comunidades antigas usavam áreas de terra preta para cultivar sua comida, e florestas adjacentes sem terra escura para cultivar árvores".
Depois de ter sido abandonada, diante do extermínio de populações locais, promovido por colonizadores, a fertilização se mostrou eficiente, ainda sendo possível observar mudanças presentes.