Arqueólogos acreditam que os colonizadores tinham recursos limitados, enquanto que os nativos já sabiam manusear cobre
No México, arqueólogos identificaram diversos artefatos que provam que colonizadores espanhóis forçavam indígenas a produzir armas e munições de cobre para os invasores europeus.
A descoberta é dos pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), em conjunto com a Universidade do Porto, de Portugal. Para a realização do estudo, eles escavaram o sítio arqueológico de El Manchón, no México.
Após uma análise de amostras de cobre coletadas no local, os especialistas viram que os espanhóis tinham recursos limitados para a fabricação de munições, pois não havia quantia suficiente de metais para a manutenção do sistema colonial, entre 1240 e 1680.
Então, os invasores europeus decidiram entrar em acordo com indígenas que já trabalhavam com o cobre. Na Espanha, a maior parte do material era importado de outros países europeus, devido à falta de recursos disponíveis.
Os indígenas, por outro lado, já sabiam manusear bem o metal. Eles usavam zarabatanas, um pouco de cobre e potes de argila para derreter o material. Davam então liga nele com arsênico, latas e prata, e fabricavam assim artigos usados em rituais religiosos e decorações ornamentais.
Em comunicado, a professora de arqueologia do MIT, Dorothy Hosler, contou que os espanhóis precisavam urgentemente de quantidades grandes do cobre produzido pelos indígenas, que era usado para fabricar bronze e as canoas dos homens brancos.
Para chegar na conclusão de que os espanhóis se aproveitaram dos recusos dos nativos, os pesquisadores não apenas fizeram escavações, como também usaram dados etnográficos, incluindo arquivos do século 16 de Portugal, Espanha, e México.
Porém, os especialistas tiveram que interromper por enquanto as pesquisas no México devido à ocupação da região estudada, que foi explorada por um cartel de drogas. Por isso, algumas questões sobre a relação entre os europeus e indígenas, ainda ficam em aberto.