A prática, que já faz parte da cultura japonesa, está sendo reinventada em restaurantes de todo o país
Uma nova tendência vem ganhando espaço nos restaurantes de Tóquio, no Japão: a entomofagia. A prática, que consiste no consumo de insetos por seres humanos, é explorada nas mais diferentes formas e refeições através do país, e os drinks são a bola da vez.
Takumi Yamamoto, 26, que trabalha na prefeitura de Hyogo, é um dos entusiastas da entomofagia. Durante uma refeição realizada em Tóquio, o jovem pediu uma cidra de inseto d’água para acompanhar o seu prato de curry e sashimi. Yamamoto compartilhou suas impressões da culinária do Café Take-Noko:
É divertido escolher entre uma variedade maior de pratos. Tudo estava gostoso. Em particular, a sidra de inseto d’água era bastante refrescante e deliciosa, como uma maçã verde”, disse Takumi.
O café, que conta com insetos em seu cardápio, se tornou um dos mais populares da capital. O curry é feito de grilos moldados como almôndegas e guarnição seca, sashimi é produzido com as sobras do bicho-da-seda, e a cidra é composta por extrato de inseto aquático e adornada com inseto inteiro, que segundo os clientes que lotam o restaurante aos fins de semana, tem gosto de camarão.
Conforme repercutido pela CNN Brasil, Takeo Saito, dono do restaurante e também de uma empresa chamada, Takeo Inc, que produz 60 tipos de guloseimas feitas de tarântulas, escorpiões e artrópodes, explicou o que busca em seu empreendimento:
Nosso objetivo não é que os insetos sejam algo separado, mas que sejam apreciados na mesma mesa que legumes, peixe e carne”, afirmou Saito.
A entomofagia é uma prática que cresce mundialmente, parcialmente em razão das mudanças climáticas. O impacto negativo que a pecuária causa na natureza e a grande qualidade de insetos encontrados são alguns dos motivos dessa tendencia.
Mas, Michiko Miura, administradora do Café Take-Noko, explicou que essa fonte de proteínas já era explorada há muitos anos no país, e que a mesma se tornou parte da história culinária do Japão:
Gafanhotos, bichos-da-seda e vespas eram tradicionalmente consumidos em regiões sem litoral, onde a carne e o peixe são escassos, uma prática que aumentou em meio à escassez de alimentos durante e após a Segunda Guerra Mundial”, esclareceu Miura.