Neste domingo, 20, a religiosa italiana e beata Elena Guerra será elevada a santa em cerimônia no Vaticano; conheça ela e sua relação com o Brasil!
Publicado em 19/10/2024, às 12h00
Neste próximo domingo, 20 de outubro, a Igreja Católica terá uma nova santa: durante cerimônia que será realizada às 5h30 (no horário de Brasília) no Vaticano, a beata italiana conhecida como "Apóstola do Espírito Santo", Elena Guerra, será canonizada e oficializada como santa.
Nascida em 23 de junho de 1835 na cidade de Lucca, à beira do rio Serchio, na Toscana italiana, Elena Guerra começou a estudar enfermagem aos 19 anos, e trabalhou durante a pandemia de cólera na Europa cuidando de pessoas afetadas pela doença. Porém, após esse período, ela foi acometida por uma doença desconhecida, que a forçou a passar 8 anos em cima de uma cama. E foi durante esse período que ela se dedicou à meditação da Bíblia, e aos estudos de padres católicos.
Após ter se curado da doença, em 1865 Elena Guerra assistiu a uma sessão do Concílio Vaticano I, em que questões doutrinárias foram discutidas no que se refere a espalhar a fé católica, e ela sentiu grande necessidade de criar uma comunidade religiosa. Foi então que ela idealizou a primeira Associação de Amigas Espirituais, que reunia mulheres jovens de Lucca e outras cidades da região.
Com o tempo, o grupo ficou maior, até tornar-se na Congregação das Irmãs de Santa Zita, de quem Elena Guerra era devota. Posteriormente, em 1897, ela foi encorajada pelo papa Leão XIII a seguir com seu apostolado, e morreu em 11 de abril de 1914, deixando um legado de cuidado e amor ao próximo. Décadas depois, em 1959, ela foi reconhecida como beata pelo papa João XXIII, segundo o g1.
Vale mencionar que, para que alguém possa ser considerado santo, é preciso uma longa investigação prévia para comprovar sua santidade. Para isso, é necessário solicitar a abertura da causa, nomear alguém para acompanhar o processo, investigar a fama de santidade do candidato, comprovar um milagre realizado após a morte do candidato, para então ele ser beatificado. Depois que um segundo milagre é comprovado, após a beatificação, o candidato finalmente pode ser proclamado santo.
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O segundo milagre em questão, que culminou na publicação do decreto do papa Francisco em abril deste ano o reconhecendo como atribuído à Elena Guerra, aconteceu em 2010, e curiosamente em terras brasileiras. Mais especificamente na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais.
Na época, repercute o g1, o enfermeiro Paulo Gontijo, então com 49 anos, passou por um grave acidente ao cair de uma árvore de 6 metros durante uma poda, sofrendo um grave traumatismo craniano. Após 25 dias em coma, os médicos deram poucas chances de que ele sobreviveria, e ainda garantiram que, caso conseguisse, certamente teria sequelas.
Foi nesse cenário, com o homem inclusive sendo tratado em um protocolo de morte encefálica, que a família de Paulo pediu ao pároco da igreja que frequentavam para que o homem recebesse a extrema unção na UTI. E foi neste momento que Paulo, pela primeira vez e de maneira imediata, reagiu ao "sangue de Cristo".
Após uma longa investigação do caso e reunião de documentos, finalmente em 2013 a Diocese de Uberlândia encerrou o processo e o encaminhou a Roma. Eventualmente, um representante da Igreja Católica foi até Uberlândia, onde recolheu documentos e pediu novos exames em Paulo, e após mais uma série de encontros e desenrolares, e mais de 10 anos, o papa Francisco promulgou o decreto reconhecendo o milagre.
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A cerimônia para oficializar a canonização de Elena Guerra como santa ocorre no próximo domingo, 20 de outubro, no Vaticano.
