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Matérias / Lyuba

Relembre a descoberta de Lyuba, o bebê-mamute mais bem preservado que existe

Lyuba tinha cerca de um mês de vida quando morreu, por volta de 42 mil anos atrás; em bom estado de conservação, o filhote foi encontrado em 2007

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 20/10/2024, às 14h00

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Lyuba, a bebê de mamute-lanoso - Getty Images
Lyuba, a bebê de mamute-lanoso - Getty Images

Em maio de 2007, o pastor de renas Yuri Khudi vivia um dia como qualquer outro: ao lado de seus filhos, encarava o trabalho às margens do rio Yuribei, em Yamal, na Sibéria, quando algo lhe chamou a atenção. 

Khudi encontrou um filhote de mamute-lanoso — espécie extinta há milhares de anos — em bom estado de preservação. Logo, o pastor de renas avisou as autoridades sobre aquela que seria uma importante descoberta. 

Lyuba, o bebê-mamute

Um fato que logo chamou a atenção do corpo do bebê-mamute é que ele estava em prefeito estado de conservação. É comum que, na região, vendedores de fósseis roubem dentes e carcaças de animais para venda ilegal. 

Lyuba, como o bebê foi chamado — derivado da palavra amor, em russo —, foi levado para ser estudado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Jikei, no Japão, onde foi submetido a tomografias e diversos outros procedimentos. 

Em cerca de dois meses descobriu-se que Lyuba era uma fêmea, que pesava cerca de 50 quilos e media 85 centímetros de altura por 130 de comprimento. O animal tinha entre 30 e 35 dias de idade quando morreu — por volta de 42 mil anos atrás

Segundo estudo publicado em 2012, na revista Quaternary International, pesquisadores apontam que Lyuba tenha morrido sufocada pela lama enquanto se atolava no leito de um rio que seu rebanho atravessava. 

Lyuba, a bebê de mamute-lanoso - Getty Images

No ano anterior, outro estudo, feito por alguns dos mesmo pesquisadores, também publicado na revista Quaternary International, esclareceu que, após a morte do bebê-mamute, seu corpo pode ter sido colonizado por bactérias produtoras de ácido lático — que ajudaram a conservar e preservar o mamute em um estado quase intocado. 

Hipóteses para a extinção 

O estudioso também foi responsável pelo documentário 'O Bebê Mamute', do National Geographic, onde tentou reconstruir o habitat do filhote de mamute-lanoso e de sua anatomia; como forma de estudar seu estilo de vida passado. 

Na época em que foi descoberto, alguns pesquisadores também se animaram tanto com o estado de preservação do bebê-mamute que apontaram a possibilidade de clonarem o animal em um futuro próximo, algo que não é o principal objetivo de Fischer. 

+ Através de DNA bem preservado, cientistas dão passo para 'ressuscitar' mamute-lanoso

"No momento, nosso objetivo não é clonar este mamute nem nada parecido, mas é possível que, no futuro, o DNA dela possa ser usado para tocar o projeto de clonagem. Não sabemos quanto dessa perspectiva é realista, temos muito a estudar", disse no documentário. 

Outra questão que a descoberta de Lyuba pode ajudar a compreender é sobre o desaparecimento dos mamutes. Eles apareceram na África entre três e quatro milhões de anos atrás, depois imigraram para a Europa e Ásia até chegaram na América do Norte há 500 mil anos, após passarem pelo Estreito de Bering. 

Ilustração com mamutes-lanosos - Imagem por Mauricio Antón pelo Wikimedia Commons

Sua extinção começou há 11 mil anos, quando sua população começou a se reduzir até desaparecer de uma vez por todas, há 3,6 mil anos. "Ainda não sabemos o que causou a extinção deles", disse Fischer, "embora tenhamos boas teorias". 

Em 2014, Lyuba foi transferido temporariamente para exposição no Museu de História Natural de Londres. Mas sua residência ainda é o Museu e Centro de Exposições Shemanovskiy em Salekhard, na Rússia.