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Matérias / Bonequinha de Luxo

Bonequinha de Luxo: A outra atriz que quase foi protagonista do filme

Audrey Hepburn se imortalizou por seu papel em 'Bonequinha de Luxo' (1961), mas Truman Capote, autor do livro que inspirou o filme, queria outra atriz

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 20/10/2024, às 15h00

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Audrey Hepburn em 'Bonequinha de Luxo' (1961) - Jurow-Shepherd Productions
Audrey Hepburn em 'Bonequinha de Luxo' (1961) - Jurow-Shepherd Productions

Com um vestido preto longo, seu pescoço adornado com colares de pérola, o cabelo em um coque alto e suas mãos enluvadas carregando uma piteira enorme, Audrey Hepburn se imortalizou por seu papel em 'Bonequinha de Luxo' (1961)

Foi através da atuação de Hepburn que conhecemos Holly Golightly saindo de um táxi amarelo para espiar as janelas da Tiffany and Co. — naquela que se tornou uma das cenas de abertura mais icônicas do cinema. 

+ A eterna Bonequinha de Luxo: 5 obras sobre Audrey Hepburn

A comédia romântica dirigida por Blake Edwards rendeu a atriz o papel que definiu sua carreira — e ainda uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz (que acabou ficando com Sophia Loren por 'Duas Mulheres'). 

Apesar de Holly Golightly ter se tornado sinônimo para Audrey, a atriz não se encaixaria muito bem se o personagem fosse fielmente baseado no livro homônimo de Truman Capote, de 1958, que serviu de inspiração para o longa. Tanto é que Capote havia pensado em outra atriz para viver Holly nos cinemas: Marilyn Monroe

A outra opção

Nascida em Bruxelas, na Bélgica, Hepburn é filha de nobres holandeses e em sua juventude chegou a fazer aulas de ballet. A atriz logo virou um símbolo de elegância e graça; algo totalmente diferente da caracterização de Holly escrita por Capote

+ Antes de ‘Bonequinha de Luxo’: Como Audrey Hepburn ajudou a resistência holandesa na 2ª Guerra

Mas, isso não impediu a atriz de transferir seu glamour para a personagem. Sua versão, inclusive, se tornou muito mais amada do que a apresentada no romance de Capote

Como recorda a Far Out Magazine, o livro apresenta Holly como uma pessoa que passou por muitas dificuldade antes de chegar em Nova York — sendo até mesmo rotulada como caipira. 

Quando estava no Texas, para fugir de seus pais adotivos cruéis, a jovem foi acolhida por Doc Golightly; que acabou se casando com ela quando Holly tinha apenas 14 anos. Aliás, aquela altura ela ainda se chamava Lulamae (seu nome de batismo), só adotando Holly Golightly quando se mudou e passou a se sustentar às custas de homens ricos. 

Assim dá para perceber que sua história tem alguns paralelos com a vida real de Marilyn Monroe, que, inclusive, foi amiga próxima de Capote. E, é justamente por isso que ele queria que Monroe vivesse Golightly, e não Hepburn

Marilyn, assim como a personagem, foi batizada com um nome menos glamoroso: Norma Jeane. As duas também eram órfãs e cresceram na América no período da Grande Depressão, sendo exploradas e dependentes de homens mais velhos — isso sem falar dos episódios de abuso que ambas sofreram. 

No filme, quando Holly é questionada sobre o número de parceiros que teve, ela diz: "Qualquer coisa que tenha acontecido antes dos meus 13 anos, isso simplesmente não conta". 

Além do mais, Holly é descrita por Capote como tendo "fios de cabelo loiro-albino e amarelo", "olhos grandes, um pouco azuis, um pouco verdes" e um nariz arrebitado — quase como a aparência de Monroe.

Capote até insistiu para que Marilyn Monroefosse escalada para o papel e até mesmo contratou o roteirista George Axelrod para "adaptar o roteiro para Monroe", mas a atriz recusou. 

A atriz Marilyn Monroe, símbolo de Hollywood - Getty Images

A mentora de Marilyn, Paula Strasberg, sugeriu que a atriz não deveria interpretar uma "dama da noite", pois, isso poderia prejudicar sua reputação. O que torna a situação um tanto quanto contrastante, visto que, embora haja alusões de que Holly seja uma prostituta, sua personagem ainda assim possui um ar de inocência e não tem sua sexualidade exposta; o oposto vivido por Monroe, que era constantemente hipersexualizada por Hollywood. 

Por fim, Capote ficou descontente com a escolha por Hepburn e chegou a declarar: "A Paramount me traiu em todos os sentidos e escalou Audrey", recorda a Far Out Magazine.