O caso aconteceu no condado de Manatee, na Flórida
Uma 'lista VIP' incluía pessoas ricas que seriam prioridade na fila de vacinação contra a Covid-19. A fraude foi realizada por Vanessa Baugh, presidente do comissariado do condado de Manatee, Flórida, nos Estados Unidos.
Na seleção, além do nome de Vanessa, estavam os moradores mais ricos da região — com os CEPs — e que, então, furariam a fila do imunizante e receberiam as três mil novas doses que o condado ganhou.
Segundo informações do jornal Herald-Tribune, repercutidas pelo UOL, a mulher enviou um e-mail com o título “nomes para a lista” ao diretor de segurança pública de Manatee, que continha os nomes prioritários.
A lista fazia parte do planejamento oficial de imunização organizado pela Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida. Em maioria, os nomes da seleção eram de pessoas brancas.
O correto nesse procedimento seria usar o sistema de 'loteria': a partir de uma lista de pessoas elegíveis para a vacinação, os próximos nomes seriam escolhidos aleatoriamente. Esse método foi escolhido pela comissão do condado em janeiro, que inclusive recebeu o voto de Vanessa.
Na quinta-feira, 18, ela pediu desculpas pela fraude durante uma reunião pública, mas criticou como foi chamada pela mídia. "Eu me sinto péssima com essa, como é chamada, 'lista VIP', que não era uma lista VIP. Sim, eu me sinto [péssima]", disse.
Segundo Robert Poweell, presidente da filial de uma instituição que luta pelos direitos das minorias, com essa seleção o imunizante iria para uma área com poucos casos.
Os CEPs da lista fazem parte de uma região com pouco menos de três mil casos, enquanto existem outras com mais de oito mil — estas habitadas por pessoas negras e pardas.
"Isso aumenta o argumento [de racismo no condado] porque você está pegando o grupo demográfico mais branco, o grupo demográfico mais rico de Manatee, e colocando-os à frente de todos os outros", avaliou a comissária Misty Servia ao site WTSP.