Em nova temporada de "Monstros", a Netflix revive o caso dos irmãos Menendez; veja o que aconteceu com a advogada retratada
Após retratar a saga de crimes de Jeffrey Dahmer, a antologia "Monstros", da Netflix, revive um crime em família na segunda temporada.
Em "Irmãos Menendez: Assassino dos Pais", os assinantes relembram a saga de Lyle e Erik, irmãos que foram condenados após matar os próprios pais em Los Angeles, nos Estados Unidos.
"Esta série sobre um crime real examina as vidas dos irmãos Menendez, condenados pelo assassinato brutal dos próprios pais", explica a sinopse da plataforma de streaming.
Até hoje o crime em questão divide opiniões. De um lado, os irmãos afirmavam que foram abusados pelos pais. Já a acusação alegava que, na verdade, eles foram motivados pela ganância.
Enquanto enfrentavam o banco dos réus, uma figura chamou atenção: Leslie Abramson. Ela foi a advogada responsável pela defesa de Lyle e Erik durante os julgamentos, e se tornou um nome de destaque no mundo jurídico durante as décadas de 1980 e 1990.
Formada pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Leslie Abramson obteve a licença para exercer a advocacia em 1970. De acordo com o In Touch Weekly, ela trabalhou durante seis anos no Escritório do Defensor Público do Condado de Los Angeles ("Los Angeles County Public Defender's Office") antes de se dedicar a casos notórios, como o dos irmãos Menendez.
Além do caso Menendez, Leslie Abramson defendeu outros clientes acusados de assassinato. Entre os mais conhecidos estão Ricky Sanders, condenado à pena de morte por matar quatro pessoas; Arnel Salvatierra, que recebeu uma sentença reduzida para homicídio culposo com liberdade condicional após matar seu pai aos 17 anos; Dr. Khalid Parwez, absolvido da acusação de matar seu filho de 11 anos; e Phil Spector, produtor musical condenado pelo assassinato da atriz Lana Clarkson.
De qualquer maneira, é inegável que foi o caso Menendez que colocou Abramson sob os holofotes. A estratégia focou na alegação de autodefesa dos Menendez, que revelaram anos de supostos abusos cometidos pelos pais.
Em entrevista ao The Washington Post durante o segundo julgamento, em 1996, Leslie afirmou: "Eu representei pessoas acusadas de assassinato por 27 anos e esses caras não se comparam a ninguém que eu já defendi. Esses não são assassinos. São jovens problemáticos em um ambiente familiar grotesco e difícil, que desmoronaram sob pressão".
No final, Abramson conseguiu evitar a pena de morte para seus clientes, que foram sentenciados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Abramson considerava a sentença desproporcional ao crime que chocou o país: "É um veredito grotescamente desproporcional ao que aconteceu aqui. Quando crianças matam seus pais, algo está errado nessa família".
Após o caso Menendez, Leslie enfrentou uma investigação da Ordem dos Advogados da Califórnia por suposta manipulação de provas. Defendendo sua inocência, ela declarou ao The Washington Post: "Se eles querem investigar, eu agradeço". No final, a investigação foi arquivada por falta de evidências.
Seguindo em frente, Abramson lançou seu livro "The Defense Is Ready: Life In The Trenches Of Criminal Law" ("A defesa está pronta: a vida nas trincheiras do direito penal") em 1997, detalhando sua experiência no sistema judicial e os casos que defendeu.
Casada em dois diferentes momentos hoje ela é aposentada. Seu primeiro casamento terminou em divórcio em 1969. Posteriormente, se casou com o jornalista do Los Angeles Times Tim Rutten. Além disso, presenciou o nascimento de uma filha chamada Laine no primeiro casamento e adotou um filho no segundo.
