De acordo com jornal, as vítimas foram ouvidas pela polícia e relataram sessões de tortura
De acordo com informações publicadas nesta sexta-feira, 30, pelo jornal O Globo, filhos de ex-namoradas do médico e vereador (sem partido) Jairo Souza Santos Júnior, mais conhecido comoJairinho, confirmaram agressões cometidas pelo parlamentar.
Segundo revelado na publicação, as crianças confirmaram as agressões em depoimentos prestados na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). Sabe-se que os ataques já haviam sido mencionados anteriormente pelas mães das crianças ao delegado que investiga o caso Henry Borel, Henrique Damasceno.
Com a confirmação das vítimas, agora se sabe que as crianças vivenciaram sessões de tortura por parte do vereador. Uma menina de 13 anos — filha de uma ex-namorada de Jairinho, que se relacionou com o vereador de 2010 até 2014 — revelou ter apanhado do padrasto diversas vezes.
A garota afirma que Jairo bateu sua cabeça contra um box de banheiro e, além disso, o homem pisou nela dentro de uma piscina, para que a criança não conseguisse retornar à superfície para respirar.
A segunda criança, um menino de 8 anos — filho de Débora Melo Saraiva, com quem Jairinho esteve desde 2014 em uma relação de idas e vindas que durou seis anos — afirmou em depoimento que também foi agredido pelo médico.
O menino relata que o vereador colocou um papel e um pano em sua boca, dizendo para o garoto que ele não poderia engoli-los. O garotinho contou que foi pisado pelo parlamentar, quando foi colocado deitado em um sofá, na sala da casa do vereador em Mangaratiba, Rio de Janeiro.
Anteriormente, a mãe da criança já havia contado para polícia outra situação, quando seu filho sofreu uma fratura no fêmur no momento em que esteve sozinho com o padrasto, que alegou que o menino teria caído.
Atualmente, Jairinho está preso desde 8 de abril, sob suspeita do envolvimento na morte do menino Henry Borel, morto no último dia 8 de março. O homem também é investigado por ter atrapalhado no andamento das investigações do caso. A mãe da criança, Monique Medeiros, também está presa pelos mesmos motivos.
No domingo de 7 de março de 2021, o engenheiro Leniel Borel deixou seu filho Henry na casa da mãe do garoto, sua ex-esposa Monique. Segundo a mulher, via UOL, o menino teria chegado cansado, pedindo para dormir na cama que ela dividia com Jairinho.
Por volta das 3h30 da madrugada, o casal foi verificar o pequeno e acabou encontrando Henry no chão, já desacordado. Monique e o vereador levaram o garoto às pressas para o hospital, enquanto avisavam Leniel, que, desconfiado, abriu um Boletim de Ocorrência.
O caso começou a ser investigado no mesmo dia e, até hoje, a polícia já ouviu cerca de 18 testemunhas. Tendo em vista que a morte do garoto foi causada por “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente”, os oficiais já reuniram provas o suficiente para descartar a hipótese de um acidente, segundo o G1.
O inquérito, no entanto, ainda não foi concluído e, dessa forma, nenhum suspeito foi acusado formalmente, mesmo que a polícia acredite que trate-se de um assassinato. Da mesma forma, falta esclarecer o que realmente aconteceu com Henry naquele dia.