Investigação nas ruínas de Tikal revelou o complexo arquitetônico por meio da tecnologia LiDAR
As ruínas da antiga cidade maia de Tikal, na atual Guatemala, foram investigadas por dois pesquisadores das universidades Brown e Texas-Austin, ambas nos Estados Unidos, e revelaram um bairro inteiro da civilização mesoamericana.
A descoberta foi feita por meio do LiDAR, uma tecnologia de detecção e medição de luz a qual fez com que os cientistas percebessem que o que eles observavam ali não eram formações rochosas, mas sim construções humanas.
Os responsáveis pelo estudo, que foi publicado na revista científica Antiquity nesta terça-feira, 28, explicam que os edifícios observados pelas imagens geradas pelo LiDAR são parecidos com os que são observados na cidade maia de Teotihuacan.
Trata-se do centro urbano mais famoso e poderoso do império maia durante o período pré-colombiano, que está localizado no atual México, como apontam os autores da pesquisa Stephen Houston (Brown) e Thomas Garrison (Texas-Austin).
“O que pensávamos ser apenas algumas colinas naturais eram, na verdade, edificações de visual parecido com as que vimos na cidade de Teotihuacan — que possivelmente correspondia à localização do palácio imperial”, afirmou Houston.
O antropólogo completou: “Independente de quem tenha construído essa réplica em menor escala, sem sombra de dúvidas, isso mostra um nível diferente de interação entre Tikal e Teotihuacan do que nós imaginávamos”.
Os especialistas ressaltam que a mega cidade foi responsável por conquistar uma série de territórios ao seu redor, podendo ter chegado mais longe do que a antropologia imaginava até então. A relação entre as duas cidades, Tikal e Teotihuacan, no entanto, é conhecida.
O grande centro comercial acabou por colonizar a pequena cidade, mas elas tinham uma coexistência comercial antes disso acontecer. “O complexo arquitetônico que encontramos se parece muito com construções feitas por pessoas de Teotihuacan, ou então por pessoas sob o controle delas”, apontou Houston.
“Talvez o complexo fosse algo como uma embaixada, mas quando combinamos pesquisas anteriores com a nossa, a conclusão sugere algo mais pesado, como ocupação direta ou vigilância militar. No mínimo, essas construções indicam uma tentativa de implantar uma cultura estrangeira dentro de Tikal”, completou.
As investigações sobre a cidade de Tikal e a civilização maia continuarão sendo realizadas pelos pesquisadores, mas é possível conferir a pesquisa sobre o bairro encontrado no jornal Antiquity.