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Notícias / Astronomia

Assimétrico e quente: Planeta de atmosfera incomum é descrito em novo estudo

Descoberto em 2017, o planeta WASP-107 b teve sua atmosfera descrita só recentemente — e resultados surpreendem pesquisadores; entenda!

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 26/09/2024, às 11h40

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Representação artística do planeta WASP-107 b - Licença Creative Commons via Wikimedia Commons
Representação artística do planeta WASP-107 b - Licença Creative Commons via Wikimedia Commons

Utilizando imagens capturadas pelo Telescópio Espacial James Webb, da NASA, pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos detectaram recentemente novos dados sobre um exoplaneta chamado WASP-107 b, que possui o tamanho de Júpiter e está a 211 anos-luz de distância da Terra. As novas descobertas foram publicadas na última terça-feira, 24, na Nature Astronomy.

Conforme repercute a Revista Galileu, o WASP-107 b foi descoberto em 2017, mas o novo estudo é o primeiro a tentar detalhar informações sobre sua atmosfera. Entre algumas características notáveis descobertas pelos pesquisadores, está o fato de sua atmosfera ser assimétrica, além de o planeta ser extremamente quente e inflado.

Segundo explicam os pesquisadores no novo artigo, essa assimetria da atmosfera do exoplaneta pode indicar variações nas características atmosféricas de cada região, como temperatura ou composição das nuvens.

Esta é a primeira vez que a assimetria leste-oeste de qualquer exoplaneta foi observada enquanto ele transita sua estrela, do espaço", informa em comunicado o principal autor do estudo, Matthew Murphy. "Acredito que observações feitas do espaço têm muitas vantagens em comparação com observações feitas do solo".
Representação artística do WASP-107 b, feita com base nas novas informações do James Webb / Crédito: Divulgação/Universidade do Arizona/Rachel Amaro

Novas informações

Um detalhe importante sobre o Telescópio James Webb é que ele pode capturar imagens a partir da técnica de espectroscopia de transmissão, que possibilita que sejam feitos registros enquanto o planeta passa diante de sua estrela hospedeira. Com isso, informações sobre processos químicos de sua superfície, bem como os gases presentes e a formação das nuvens podem ser compreendidos, a partir da variação na quantidade de luz solar que recebe.

Com esses dados, se torna mais fácil entender a origem e funcionamento do WASP-107 b que, até então, era conhecido apenas por possuir baixa densidade e gravidade. Sobre a temperatura elevada da atmosfera já mencionada, os pesquisadores estimam que ela seja de cerca de 480 °C, tão quente que faz dele "único, mesmo entre a população de exoplanetas", segundo Murphy.

Esta é realmente a primeira vez que vemos esses tipos de assimetrias diretamente na forma de espectroscopia de transmissão do espaço, que é a principal maneira pela qual entendemos do que são feitas as atmosferas dos exoplanetas. É realmente incrível", acrescenta Thomas Beatty, coautor do estudo, no comunicado.

No entanto, a verdadeira causa das assimetrias atmosféricas em WASP-107 b segue como um mistério, que Murphy e sua equipe pretendem desvendar após análises mais aprofundadas dos dados disponibilizados, e até mesmo futuros, do James Webb.