Descoberto em 2017, o planeta WASP-107 b teve sua atmosfera descrita só recentemente — e resultados surpreendem pesquisadores; entenda!
Publicado em 26/09/2024, às 11h40
Utilizando imagens capturadas pelo Telescópio Espacial James Webb, da NASA, pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos detectaram recentemente novos dados sobre um exoplaneta chamado WASP-107 b, que possui o tamanho de Júpiter e está a 211 anos-luz de distância da Terra. As novas descobertas foram publicadas na última terça-feira, 24, na Nature Astronomy.
Conforme repercute a Revista Galileu, o WASP-107 b foi descoberto em 2017, mas o novo estudo é o primeiro a tentar detalhar informações sobre sua atmosfera. Entre algumas características notáveis descobertas pelos pesquisadores, está o fato de sua atmosfera ser assimétrica, além de o planeta ser extremamente quente e inflado.
Segundo explicam os pesquisadores no novo artigo, essa assimetria da atmosfera do exoplaneta pode indicar variações nas características atmosféricas de cada região, como temperatura ou composição das nuvens.
Esta é a primeira vez que a assimetria leste-oeste de qualquer exoplaneta foi observada enquanto ele transita sua estrela, do espaço", informa em comunicado o principal autor do estudo, Matthew Murphy. "Acredito que observações feitas do espaço têm muitas vantagens em comparação com observações feitas do solo".
Um detalhe importante sobre o Telescópio James Webb é que ele pode capturar imagens a partir da técnica de espectroscopia de transmissão, que possibilita que sejam feitos registros enquanto o planeta passa diante de sua estrela hospedeira. Com isso, informações sobre processos químicos de sua superfície, bem como os gases presentes e a formação das nuvens podem ser compreendidos, a partir da variação na quantidade de luz solar que recebe.
Com esses dados, se torna mais fácil entender a origem e funcionamento do WASP-107 b que, até então, era conhecido apenas por possuir baixa densidade e gravidade. Sobre a temperatura elevada da atmosfera já mencionada, os pesquisadores estimam que ela seja de cerca de 480 °C, tão quente que faz dele "único, mesmo entre a população de exoplanetas", segundo Murphy.
Esta é realmente a primeira vez que vemos esses tipos de assimetrias diretamente na forma de espectroscopia de transmissão do espaço, que é a principal maneira pela qual entendemos do que são feitas as atmosferas dos exoplanetas. É realmente incrível", acrescenta Thomas Beatty, coautor do estudo, no comunicado.
No entanto, a verdadeira causa das assimetrias atmosféricas em WASP-107 b segue como um mistério, que Murphy e sua equipe pretendem desvendar após análises mais aprofundadas dos dados disponibilizados, e até mesmo futuros, do James Webb.