Pesquisadores especulam que até 20% da massa do exoplaneta é composto por água, tornando-o uma espécie de bola de neve gigante
Com a ajuda do telescópio Webb da NASA, cientistas descobriram uma 'super-Terra' gelada que pode abrigar vida alienígena. O exoplaneta, conhecido como LHS 1140 b, é descrito como uma versão menor do nosso vizinho gasoso Netuno.
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Entretanto, uma nova pesquisa usando dados da NASA descobriu que ele pode ter uma atmosfera e, talvez, até mesmo água líquida. Com isso, pode tornar-se um dos lugares mais promissores para encontrar vida alienígena.
O LHS 1140 b orbita em torno de uma estrela anã vermelha de baixa massa; que possui cerca de um quinto do tamanho de nosso Sol. Segundo os cientistas, o exoplaneta pode estar dentro da chamada 'Zona Cachinhos Dourados' — a zona habitável em torno de uma estrela —, em uma região nem muito perto nem muito longe de sua estrela e, portanto, pode ter água líquida.
Os pesquisadores especulam que até 20% da massa do exoplaneta é composto por água; o que tornaria o planeta uma espécie de bola de neve gigante, só que com um oceano na parte que fica virada para o Sol.
"De todos os exoplanetas temperados atualmente conhecidos, LHS 1140 b pode muito bem ser nossa melhor aposta para um dia confirmar indiretamente água líquida na superfície de um mundo alienígena além do nosso Sistema Solar", explicou Charles Cadieux, autor principal do novo estudo, da Université de Montréal, disponível no ArXiv e será publicado em breve no Astrophysical Journal Letters.
Este seria um marco importante na busca por exoplanetas potencialmente habitáveis", prosseguiu.
Apesar das expectativas, os pesquisadores precisarão de mais tempo para confirmar se o planeta realmente tem uma atmosfera semelhante à da Terra e água líquida. "Detectar uma atmosfera semelhante à da Terra em um planeta temperado está levando as capacidades do Webb ao limite. É viável; só precisamos de muito tempo de observação", apontou René Doyon, professor que supervisionou o trabalho.
"A sugestão atual de uma atmosfera rica em nitrogênio implora por confirmação com mais dados. Precisamos de pelo menos mais um ano de observações para confirmar que LHS 1140 b tem uma atmosfera, e provavelmente mais dois ou três para detectar dióxido de carbono", completou.