A saga da pulseira da soberana tem um significado inusitado — e foi relembrada pelo notório escritor Paulo Rezzutti
A rainha Vitória marcou a história do Reino Unido, uma das mulheres mais importantes do século 19, a monarca influenciou na política e se tornou um símbolo moral e religioso para a população britânica.
Sua influência foi tamanha que a época que ela ficou no poder ficou conhecida como Era Vitoriana. Além disso, Vitória manteve por muitos anos o recorde de maior tempo de uma soberana no poder, título que ela perdeu para sua tataraneta, a atual rainha da Inglaterra, Elizabeth II.
Muito se especula sobre Vitória, a imagem da eterna viúva de Albert, suas históricas cartas e até rumores maldosos, como a amizade com o servo Abdul Karim.
Diversos detalhes geram curiosidade nos estudiosos até os dias de hoje, como foi o caso do notório escritor, historiador e pesquisador brasileiro Paulo Rezzutti, especialista em monarquia — incluindo diversas obras sobre a família imperial brasileira.
Durante a pesquisa para a iconografia de um livro, Rezzutti se deparou com uma joia de grande importância, utilizada por Vitória até seu último dia de vida. Através de uma publicação em sua página oficial no Instagram, o escritor resolveu contar mais sobre a instigante história que descobriu.
Rezzuti explica que a peça “pode ser classificada como uma joia de afeto, uma peça que tem um significado intrínseco a lembranças ou a memórias envolvendo pessoas queridas”. Como um amuleto da sorte, a soberana usava o acessório sempre e jamais o deixava longe.
A joia apresenta treze pequenas medalhas feitas de porcelana com moldura de ouro. Em cada medalhão, existe a foto de um de seus netos em sépia; no verso de cada foto, o nome e a data de nascimento completam o ornamento da pulseira.
O curioso apelido ‘avó da Europa’ não veio em vão, ao todo foram 42 netos, frutos de seus nove filhos. Quase metade dos membros se casaram e formaram laços com outras monarquias ao redor do 'Velho Continente'.
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Este foi o caso de sua neta Alice de Hesse e Reno, mais tarde conhecida como Alexandra Feodorovna, esposa de Nicolau II. Dois outros netos seguiram seu caminham e assumiram o trono, como Guilherme II da Alemanha, e ainda Jorge V da Inglaterra.
A pulseira, uma homenagem aos seus amados netos, ficou com Vitória até seu último suspiro, em 22 de janeiro de 1901. A rainha havia expressado claramente sua vontade de preservar a joia na ‘Sala Albert’, no castelo de Windsor.
O marido da rainha, o príncipe Albert, havia falecido nessa sala em 1861, e Vitória havia dado instruções para que algumas joias específicas dela, entre elas esta pulseira, não fossem transmitidas a nenhum de seus herdeiros e fossem colocadas nessa sala”, explicou Rezzutti em outro trecho da publicação.
A joia hoje se tornou uma relíquia, um pedaço da história e uma característica forte da rainha Vitória, que se dedicava à família, assim como se dedicava ao Reino Unido.