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Notícias / Arqueologia

78 mil anos: Túmulo mais antigo da África é encontrado

Conforme apontou um estudo, os restos mortais pertenciam a uma criança entre 2 e 3 anos de idade, que foi sepultada em curiosa posição

Fabio Previdelli Publicado em 06/05/2021, às 12h10

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Reconstituição de como os ossos foram encontrados - Divulgação/ María Martinón-Torres et.al
Reconstituição de como os ossos foram encontrados - Divulgação/ María Martinón-Torres et.al

Segundo um estudo publicado ontem, 5, na Revista Nature, arqueólogos britânicos encontraram o túmulo mais antigo já registrado na África. De acordo com os pesquisadores, os restos mortais, que foram resgatados em 2017, pertenciam a uma criança entre 2 e 3 anos de idade que viveu há cerca de 78 mil anos. 

Os ossos, que foram descobertos na caverna Panga ya Saidim no condado de Kifili, no Quênia, também chamou a atenção por um detalhe: a criança foi sepultada como se estivesse deitada com a cabeça em um travesseiro. 

De acordo com o estudo, que foi liderado por pesquisadores da University College London, da Inglaterra, o posicionamento do corpo foi intencional e pode ter ligação com algum rito funerário. Para chegar nessa conclusão, sedimentos da caverna e dos ossos foram analisadas.  

Reconstituição de como os ossos foram encontrados / Crédito: Divulgação/ Jorge Gonzales/Elena Santos/Fernando Fueyo

Acredita-se que a criança foi propositalmente deitada com o corpo virado levemente para a esquerda e com as pernas dobradas e puxadas para cima, na altura do peito — como mostra reconstituição que é capa desta matéria.  

Descobriu-se também que o corpo fora coberto com uma mortalha, provavelmente feita de folhas e/ou pele de animais. Além disso, sua cabeça estava apoiada em uma espécie de travesseiro, feito de material perecível.  

"Esse respeito, esse cuidado, essa ternura, de colocar uma criança deitada quase em uma posição de dormir, eu realmente acho que é uma das mais importantes — e a primeira evidência na África — de humanos vivendo no mundo físico e simbólico", disse María Martinón-Torrer, que liderou a pesquisa, em coletiva de imprensa. A fala foi repercutida pela CNN.