A famosa amante de D. Pedro I, Domitila de Castro, passou por episódios de violência em sua juventude
Domitila de Castro, conhecida por ter sido a principal amante do imperador D. Pedro I, nasceu em 27 de dezembro de 1797. Filha do militar açoriano João de Castro Canto e Melo e de Escolástica Bonifácia de Toledo Ribas, a marquesa passou por episódios graves em sua vida, principalmente durante seu primeiro casamento.
Aos 15 anos de idade, Titília, como era chada pelos mais próximos, casou-se em São Paulo com o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça. Os dois se mudaram para Vila Rica, em Minas Gerais, e, mais tarde, tiveram três filhos: Francisca, Felício e João, que morreu ainda na infância.
Contudo, não demorou muito até que Felício se revelasse um homem violento e passasse a agredir fisicamente a esposa. Além disso, cotidianamente bebia e perdia dinheiro com jogos de azar.
Após anos de maus-tratos, Domitila decidiu fugir com os filhos, em 1816, sendo aceita de volta por sua família em São Paulo.
Tempos depois, de acordo com o portal Museu da Cidade, da Prefeitura de São Paulo, Felício conseguiu uma transferência, e o casal acabou buscando uma reconciliação.
No entanto, apesar da tentativa de recomeço, a relação continuou não dando certo. Um dia, para tentar vender as terras que havia herdado com a morte da mãe, o alferes cometeu um ato impensável: falsificou a assinatura de Domitila no contrato e, em seguida, tentou matá-la.
Era 6 de março de 1819, quando o mineiro armou uma emboscada para a marquesa. Ele a surpreendeu em um local próximo à bica de Santa Luzia, em São Paulo, e a esfaqueou.
Mais tarde quis justificar o crime como “legítima defesa da honra”, acusando sem qualquer prova, que Domitila fora infiel.
Ele foi preso e levado para o Rio de Janeiro. A marquesa felizmente sobreviveu, mas necessitou de mais de um mês para se recuperar.
Tendo sido vítima de tentativa de homicídio, a lei da época permitia que Domitila se divorciasse de Felício. A separação oficial se deu cinco anos depois. Contudo, a marquesa ainda teria de lutar pela guarda de seus filhos, uma vez que o pai do alferes queria que fossem educados em Minas Gerais.
Na época, o então príncipe regente D. Pedro, que chegou a São Paulo acompanhado do irmão mais novo de Domitila, Francisco de Castro, foi apresentado à mulher que se tornaria sua amante.
Ele, casado com a arquiduquesa Leopoldina de Habsburgodesde 1817, manteve um relacionamento extraconjugal com Titília ao longo de sete anos, concedendo-lhe títulos de nobreza.
Em 12 de outubro de 1825, ela foi feita Viscondessa de Santos e, exatamente um ano depois, tornou-se Marquesa de Santos. Juntos, Domitila e Pedro tiveram cinco filhos, sendo que somente duas meninas sobreviveram: Isabel Maria (1824-1898) e Maria Isabel (1830-1896).
A saga de Dom Pedro I após abdicar o trono do Brasil é tema de um dos episódios do podcast 'Desventuras na História'. Narrado por Vítor Soares, professor de História e dono do podcast 'História em Meia Hora', o episódio relembra um capítulo quase que desconhecido da vida de Pedro.
Confira abaixo!