"Já falei com Santo Antônio e ele me disse que o senhor só entra lá no céu se nos ajudar na construção do novo hospital", afirmou Santa Dulce dos Pobres
Reconhecida pelos milagres concedidos e por seus intensos anos de dedicação para cuidar e ajudar o próximo, Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce, foi canonizada em cerimônia neste domingo, 13.
“O Anjo Bom da Bahia” era capaz de recorrer a tudo e a todos quando o assunto era prestar assistência a quem mais necessitasse. Em um marcante episódio, Santa Dulce dos Pobres bateu de frente com o poderoso e pouco carismático João Figueiredo, à época presidente do Brasil e que várias vezes, de forma ofensiva, culpava os mais pobres por diversos problemas do país.
Mas a benevolente baiana foi capaz de fazer Figueiredo praticar um ato, até então, inimaginável: a caridade. Conhecida por suas obras sociais, a santa o recebeu em Salvador em 1979. Durante a ocasião, Figueiredo se emocionou ao ver a precariedade do Hospital Santo Antônio e, assim, prometeu ajudar.
Porém, o inusitado comprometimento não foi cumprido, mas Figueiredo não passaria impune. 30 meses depois um reencontro aconteceu. Irmã Dulce não pensou duas vezes em cobrá-lo: "Já falei com Santo Antônio e ele me disse que o senhor só entra lá no céu se nos ajudar na construção do novo hospital".
Pego de surpresa pela ousadia da santa, ele imediatamente repetiu o compromisso que fez e declarou que ajudaria nem que tivesse de assaltar um banco para isso. Rápida de raciocínio e sempre de bom humor, ela retrucou: "Pois o senhor me avise, que vou com o senhor”.
Em 1983, a promessa finalmente foi cumprida. O militar ajudou a financiar, através do Banco do Nordeste, a ampliação do hospital. Ao fim daquele ano, o local estava com 800 leitos, 70% mais em relação à década anterior.