O item dos anos 1970 foi adquirido em um leilão em abril deste ano por um advogado americano que se descreve como 'anti-monarquista'
Antes de entrar para a família real britânica, Diana teve que se desfazer de partes importantes de sua antiga vida. Além de deixar para trás seus hobbys, seu trabalho e detalhes de sua personalidade, um item curioso foi exigido pela corte que fosse vendido: trata-se de uma bicicleta.
Seu casamento com o príncipe Charles, em julho de 1981, foi desastroso desde o começo. A jovem princesa precisava se encaixar nas regras e etiquetas da corte de Elizabeth II — e ter uma bicicleta, com certeza, não se encaixava na vida dos membros reais.
Assim, o item, uma Ladies Raleigh Traveller na cor azul, feita nos anos 1970, foi colocada a venda e, por anos, ninguém mais mencionou a bicicleta. Até que, em abril de 2021, um advogado adquiriu o objeto em um leilão de forma polêmica.
Anunciada pela casa de leilão Burstow e Hewett, a bicicleta, além de ser uma raridade da década de 1970, tinha grande valor, ainda mais depois da lenda que Diana se tornou após sua morte, em 1997.
A disputa acirrada terminou com Barry Glazer, de 76 anos, adquirindo a peça. O advogado que se intitula ‘anti-monarquista’, conforme repercutiu a Independent UK, tinha motivos diversos para comprar a bicicleta de Lady Di e, um deles, era apontar o racismo na família real britânica.
Por um impressionante valor de 56.532 libras (algo em torno dos 419 mil reais), Glazer comprou o objeto e rapidamente anunciou que ele faria parte de uma exposição nos Estados Unidos sobre “raízes racistas básicas” da monarquia inglesa, segundo afirmou seu escritório de advocacia.
O evento que estava marcado para acontecer em um prédio relacionado a emancipação de escravos americanos, buscava vincular a supremacia branca com o privilégio de ser um membro real.
“A reivindicação de superioridade da Família Real está enraizada na lógica da supremacia branca”, disse Glazer. "A lógica é a mesma com o racismo - se riqueza, honra e respeito podem ser conquistados pelo mero acidente de nascimento, então certamente as vantagens de ser branco como resultado do mesmo acidente de nascimento podem ser facilmente justificadas".
A suposta obrigação exigência da corte de Elizabeth II para que Diana vendesse a bicicleta tem uma explicação simples, de acordo com Nadge Glazer, esposa do novo proprietário do item: “A família real acha que eles são bons demais para serem associados a este tipo de transporte que as pessoas comuns usam”, falou ela em entrevista ao The Times.
Para o advogado de 76 anos é um absurdo que os americanos dediquem tanta atenção a uma família tão controversa “quando todo o sistema real é baseado nos direitos de nascimento dos privilegiados e todo o argumento da supremacia branca é o direito de nascimento de ser branco”. O homem ainda foi enfático ao alegar que “isso é racismo em sua forma mais verdadeira”.
Embora tenha feito bastante publicidade em torno de seu evento e da compra da bicicleta, Glazer não hesita ao dizer que há 40 anos se dedica a questões sociais. Sem dúvida, esta causa também não podia passar despercebida.
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