Lançada em 1º de março de 1999, a animação é cercada por teorias da conspiração que segurem a origem LGBT do protagonista
"Estão prontas, crianças?" A primeira vez que alguém escutou essa frase na televisão foi no dia 1⁰ de maio de 1999, há exatos 22 anos. Desde então, o famoso Bob Esponja faz parte da infância de milhares de crianças espalhadas por todo o mundo.
Com amigos gentis e aventuras inimagináveis, o personagem marinho conquistou não apenas o público jovem, como também os adultos que se viam representados em problemas da vida real que a esponja enfrentava, como a ansiedade e o desemprego.
Após mais de 200 episódios, a animação ganhou uma ampla repercussão mundo afora e, com a fama, vieram as polêmicas. A maior delas, curiosamente, diz respeito à sexualidade do personagem fictício, que mora em um abacaxi no fundo do mar.
Após anos de desenvolvimento e produção, o animado programa ‘Bob Esponja Calça Quadrada’ estreou noes Estados Unidos em 1999, chegando ao Brasil no ano seguinte. De repente, ele tomou conta da Nickelodeon, tornando-se o rosto da emissora.
Com o passar dos anos, contudo, as pessoas começaram a se questionar. Será que aquele personagem curioso e bastante alto-astral, quase que de forma caricata, não fugiria do padrão que os telespectadores estavam acostumados a acompanhar?
Foi então que, em 2012, a Comissão de defesa da moral ucraniana fez uma sugestão que abriu portas para uma grande teoria da conspiração. Após analisar diversas séries e animações para crianças, o órgão bateu o martelo: Bob Esponja é homossexual.
Naquele ano, a comissão ucraniana observou seriados como ‘Os Simpsons’, ‘Uma Família da Pesada’, ‘Pokémon’, ‘Teletubbies’ e ‘Futurama’, segundo a Folha. A partir dos desenhos infantis, a organização decidiu que esses programas são "projetos especiais dirigidos à destruição da família e à propaganda do vício em drogas".
Da mesma forma, a comissão afirmou que Bob Esponja não é ideal para os pequenos, já que, assim como os outros, representa uma “ameaça real para as crianças”, segundo foi repercutido pelo jornal Ukrayinska Pravda, um dos principais veículos da Ucrânia.
Ainda que o posicionamento da comissão parecesse tendencioso na época, a ideia de Bob Esponja ser um personagem homossexual gerou alguns debates em torno do programa. Durante anos, então, especulou-se sobre a sexualidade da esponja amarela.
Todas as dúvidas desapareceram em 2020, quando a própria Nickelodeon decidiu se posicionar sobre a polêmica. Em junho daquele ano, a emissora fez uma publicação em seu perfil internacional no Twitter, comemorando o Mês do Orgulho LGBT.
"Celebrando o orgulho com a comunidade LGBTQ+ e seus aliados neste mês e em todos os meses", afirmava a publicação. Ainda no post, a emissora compartilhou as fotos de três dos seus personagens, que seriam membros da comunidade LGBT.
Além da guerreira Korra, de ‘A Lenda de Korra’, e do ator trans Michael Cohen, que interpreta Schwoz Schwartz em ‘Henry Danger’, a publicação trazia uma imagem do próprio Bob Esponja, ilustrado sob um efeito colorido, em referência à bandeira LGBT.
Celebrating #Pride with the LGBTQ+ community and their allies this month and every month 🌈
— Nickelodeon (@Nickelodeon) June 13, 2020
(🎨: by @ramzymasri) pic.twitter.com/pENmTaQB0h
Ainda que, naquele ano, a Nickelodeon não tenha pontuado qual é a verdadeira sexualidade de Bob Esponja, ela deixou claro que o personagem não segue quaisquer padrões.
Antes do posicionamento da distribuidora do desenho, no entanto, o próprio criador do Bob Esponja teria comentado as polêmicas em torno do seu protagonista. Em 2005, por exemplo, Stephen Hillenburg comentou que tanto a esponja, quanto seu melhor amigo na série, a estrela do mar Patrick, seriam personagens assexuados.
"Nós nunca tivemos intenção de que eles [Bob Esponja e Patrick] fossem gays. Eu os considero como sendo quase assexuados", comentou o artista, em entrevista à revista People. "Nós estamos apenas tentando ser divertidos", finalizou.
Ainda assim, vale pontuar que, por mais que a Nickelodeon tenha afirmado que Bob Esponja é um personagem LGBT, nenhuma menção à sexualidade da esponja é feita no desenho — mesmo que, em algumas cenas das 12 temporadas, o programa tenha se mostrado “LGBT Friendly”, como quando Patrick dançou de salto alto e meia arrastão.
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