Os pequenos locais serviam para a resistência francesa se comunicar e armar contra as forças nazistas que tinham tomado a Cidade Luz
No período de guerras, os militares desenvolveram e improvisaram diferentes meios de mandarem suas mensagens. Em tempos de escassez e violência, os ingleses usaram pombos, os alemães criaram uma máquina de criptografia, e os franceses utilizavam dos mictórios a céu aberto.
Os banheiros públicos de Paris tornaram-se importantes locais de encontro da resistência francesa da Segunda Guerra para troca de informações a respeito de movimentações inimigas.
Em uma tentativa de deixar mais limpa a cidade francesa, a prefeitura de Paris instalou em 1830 os banheiros para que os homens não urinassem nas ruas caso sentissem necessidade.
A construção desses mictórios públicos fez muito sucesso durante a década de 1840, quando cerca de 400 banheiros masculinos foram erguidos nas ruas. Mulheres não tinham vez com tais estruturas, considerados desperdício de espaço os banheiros femininos não chegaram a existir nessa época, sendo apenas outro luxo pertencente aos homens franceses.
A ideia foi sempre muito bem aceita até o momento em que a comunidade gay de Paris começou a utilizar os espaços para sexo. Como resposta, os conservadores começaram a criticar a instalação dos banheiros públicos afirmando que os mesmos arruinavam a reputação da cidade.
As construções resistiram até a Segunda Guerra, quando os nazistas conquistaram Paris. Os banheiros começaram a ser usados para passar mensagens e armas longe da vista dos oficiais nazistas. Ainda mais que eram quase 1.000 pela cidade, escondendo-se em plena luz do dia.
Os mictórios acabaram sendo substituídos com o passar dos anos, na década de 60 o número começou a cair vertiginosamente, sendo instalado no lugar banheiros unissex que se limpavam automaticamente depois de terem sido utilizados.
Em 2018, os mictórios voltaram a ser instalados para o público masculino em Paris, gerando diversas críticas do público, pois reforçaria a ideia de que homens eram encorajados a se exporem publicamente enquanto mulheres deveriam fazer suas necessidades apenas em casa, ou no trabalho.
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