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Curiosidades / Roma Antiga

Como era a relação do Império Romano com o luxo?

Após a conquista da Grécia, os romanos passaram a cultuar bem mais a riqueza. Entretanto, após a legalização do cristianismo, o luxo deixou de ser apenas um problema político e social e se tornou uma questão moral e religiosa

Fabio Previdelli Publicado em 28/01/2020, às 10h34

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Pintura Les Romains de la d̩cadence, de Thomas Couture - Getty Images
Pintura Les Romains de la d̩cadence, de Thomas Couture - Getty Images

Apesar dos romanos serem, inicialmente, um povo que pouco cultuava o luxo, as coisas mudaram depois que eles conquistaram a Grécia — que admirava muito mais a riqueza. Assim, gradualmente, os romanos se tornaram a sociedade mais culta e, ao mesmo tempo, degenerada de sua época. A extravagância e o requinte tiveram um papel importante, principalmente no lazer e nos restaurantes, na Roma antiga.

O luxo romano não se limitava apenas no que diz respeito a vida provada das pessoas, como banquetes luxuosos e tudo mais. De fato, eles também amavam a glória pública e participavam ativamente dela.

Os romanos discutiam abertamente a moralidade do luxo e acreditavam na existência de um limite natural para ele. Eles fizeram as primeiras leis sobre luxo que restringiam a quantidade de orçamento que as pessoas podiam gastar em banquetes e ocasiões. A regulamentação não só impôs limites às despesas de luxo, como também ao número de convidados e tipos de alimentos que seriam servidos durante os baquetes.

Como exemplo, podemos mencionar as Termas de Caracala, que eram as mais luxuosas da Roma Antiga. Durante o tempo de sua glória, o complexo de banhos apresentava fontes esplêndidas, colunas e pisos de mármore, estátuas e até mosaicos. Os banhos também tinham água aquecida, espelhos de bronze para refletir luz do sol, além de uma biblioteca para lazer.

Coroa imperial do Sacro Império Romano, mantida no Tesouro Imperial no Palácio Hofburg em Viena / Crédito: Wikimedia Commons

A legalização do cristianismo pelo imperador Constantino, também introduziu uma nova era na linha do tempo do luxo romano. Neste ponto, além de ser um problema político e social, o luxo também se tornou uma questão moral e religiosa.

Quando o cristianismo começou a se espalhar, o poder romano subitamente se mudou para a igreja. Como resultado, luxos que antes eram presentes de deuses romanos, como Mercúrio, chegaram à igreja.

Apesar de aconselhar as pessoas a ficarem longe do luxo, a própria Igreja era um dos maiores consumidores da riqueza, principalmente pelos grados que recebiam na adoração de Deus. Esse ideal levou a instituição à diversas criações, como os Evangelhos de Lindisfarena.

Semelhante ao elegante templo de Salomão, os romanos construíram sinuosos locais de culto. Eles decoraram essas novas igrejas com o ouro e o mármore que tiraram dos templos pagãos. No entanto, os protestantes, já no século 16, não eram a favor de tal luxo. Como resultado, eles destruíram, nas áreas onde tinham influência e poder suficientes, diversas demonstrações da riqueza religiosa.

Na Roma cristã, luxo significava não apenas excesso ou extravagância, mas também a ganância e luxúria. De muitas maneiras, luxo, sexualidade e ardil feminino ainda estão intimamente ligados. Os cristãos ainda debatem a ética do luxo.