O passado do país voltou a ser alvo de polêmicas após a morte do príncipe Philip
Com a morte do príncipe Philip no dia 9 de abril, a família real da Inglaterra entrou em luto. Aos 99 anos, o companheiro de Lilibet faleceu de ‘maneira pacífica’, segundo o Palácio de Buckingham em nota divulgada oficialmente no dia do óbito. A verdadeira causa da morte ainda não foi divulgada.
Diante do episódio que chamou atenção de internautas ao redor do mundo, muitas histórias não só de Philip, mas também da família real, passaram a circular nas redes sociais. Uma delas, se refere a relação da coroa britânica com o passado que envolve a escravidão.
Após a morte de Philip, as redes sociais foram tomadas por comentários de internautas, que chamavam o casal de ‘escravocrata’ e também ‘colonialista’.
Assim, uma das principais dúvidas atuais é: a família real, em algum momento, já se manifestou sobre o papel do Reino Unido no tráfico de escravos?
Em 2018, conforme repercutido pelo Washington Post, o príncipe Charles, ex-marido de Lady Di reconheceu que o envolvimento do país com o comércio transatlântico de escravos acabou por deixar uma ‘mancha indelével’ no mundo.
A fala do primeiro na linha de sucessão ao trono se deu durante um discurso em Gana. Vale destacar que foi no país que muitos africanos acabaram sendo sequestrados e enviados para uma vida de sofrimento através de navios do Reino Unido.
O príncipe visitou o castelo Christiansborg, que no passado era um local que servia como comércio de escravizados. O WP revela que mais de 1 milhão de africanos foram vendidos no local.
“No Castelo de Osu, foi especialmente importante para mim, como foi na minha primeira visita 41 anos atrás, reconhecer o capítulo mais doloroso nas relações de Gana com os países da Europa, incluindo o Reino Unido”, explicou o filho de Elizabeth II ao citar a ‘profunda injustiça’ que marca o passado.
O país tinha envolvimento com o tráfico através do Atlântico até 1807, data que ‘marca’ o fim do processo , contudo, o processo de abolição total da escravidão demorou anos para se tornar realidade.
Também vale lembrar que mesmo após o que marcaria o fim da escravidão, muitas pessoas trabalharam sem receber qualquer remuneração durante anos.
"Embora o Reino Unido possa se orgulhar de liderar o caminho na abolição deste comércio vergonhoso, temos uma responsabilidade compartilhada de garantir que esse horror desprezível da escravidão nunca seja esquecido", explicou Charles.