Grupo localiza criminosos de guerra nazistas que ainda estão vivos
Recentemente, o sossego de duas cidades na divisa do Chile e da Argentina foi interrompido por uma grande operação policial. Cerca de 20 agentes alemães estão revirando Puerto Motti e São Carlos de Bariloche em busca de Aribert Heim, o "doutor Morte". Cartazes com sua foto, envelhecida no computador, foram espalhados na região. Criminoso de guerra condenado, o austríaco foge da Justiça desde 1947. Graças a uma informação anônima confirmada pelos investigadores, agora se sabe onde ele está. Começou então a corrida para detê-lo.
A caçada é realizada em parceria com o Centro Simon Wiesenthal, uma entidade norte-americana especializada nesse tipo de captura. Aos 94 anos, Heim é um dos maiores alvos da organização. Durante a Segunda Guerra, ele realizou experiências desumanas em campos de concentração, como fazer amputações sem anestesia.
Ainda existem de 400 a 500 pessoas como o "doutor Morte" (conheça alguns abaixo). Em um esforço para fazer justiça enquanto elas ainda estão vivas, o Centro Wiesenthal trabalha na Operação Última Chance. O maior problema não é localizá-las, mas sim fazer com que respondam por crimes ocorridos há seis décadas. Nos últimos cinco anos, 503 homens foram encontrados, mas apenas 99 respondem a processo.
FICHA SUJA
Seis alvos da operação última chance
Ivan Demjanjuk
O que fez: Chamado de "Ivan, o Terrível", teria participado de assassinatos de judeus na Polônia.
Idade: 88 anos.
Onde está: Expulso dos Estados Unidos, onde vivia desde 1951, está na Polônia, sob investigação.
Milivoj Asner
O que fez: Croata, foi chefe de polícia na Polônia. Coordenou a perseguição de centenas de sérvios, judeus e ciganos.
Idade: 95 anos.
Onde está: Está na Áustria, que se recusa a enviá-lo para a Croácia por razões médicas.
Algimantas Dailide
O que fez: Deteu mulheres e crianças que tentavam fugir do gueto de Vilnius, na Lituânia.
Idade: 87 anos.
Onde está: Deportado da Flórida para a Lituânia em 2002, foi condenado à prisão. Mas continua longe da cadeia.
Sandor Kepiro
O que fez: Policial húngaro, trabalhou do assassinato de 1200 civis na Sérvia.
Idade: 93 anos.
Onde está: Mora na Hungria. Descoberto em 2006, responde a uma investigação criminal.
Soeren Kam
O que fez: Atuou no assassinato do repórter antinazista Karl Henrik Clemmensen.
Idade: 85 anos.
Onde está: Na Alemanha. O governo local não concedeu a extradição para que ele fosse julgado na Dinamarca.
Harry Mannil
O que fez: Membro da polícia política da Estônia, prendeu cidadãos judeus e comunistas, que foram executados.
Idade: 88 anos.
Onde está: Absolvido em uma investigação na Espanha, fugiu. É provável que viva na Venezuela.