As alianças militares lideradas
Danila Moura, arquivo Aventuras na História (2007) Publicado em 01/01/2007, às 00h00 - Atualizado em 24/02/2022, às 20h12
A Otan e o Pacto de Varsóvia nunca travaram um conflito militar direto, mas fizeram o mundo refém de suas trocas de ameaças por mais de três décadas.
Abastecidas pela obcecada corrida armamentista da Guerra Fria, as duas organizações simbolizaram o perigo mais imediato de uma guerra entre Estados Unidos e União Soviética.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) surgiu primeiro, em 1949, para lutar contra a expansão do comunismo e retaliar qualquer ataque soviético contra seus países-membros. A resposta da URSS veio em 1955 com o Pacto de Varsóvia, apoiado pelos países do bloco socialista e criado nos mesmos moldes da rival.
Com o tempo, porém, o papel das duas alianças militares desviou-se da proposta original. O Pacto de Varsóvia voltou-se para a repressão dos governos contrários ao regime socialista e das eventuais insurreições dos países integrantes.
Tornou-se uma ferramenta de controle da URSS sobre seus territórios de influência e extinguiu-se em 1990, logo após a implosão do império soviético.
A Otan, por sua vez, ampliou sua atuação: fixou-se nas trocas militares de técnicas de segurança com a Europa, nas intervenções de conflitos e até no combate ao narcotráfico.
Os EUA não se preocupavam com o efetivo militar em solo europeu, o que mantinha a região fragilizada diante de um ataque soviético por terra. Por outro lado, a Otan compensou seus efetivos militares, tradicionalmente menores que os do Pacto de Varsóvia, investindo de forma maciça em tecnologia de defesa em vários pontos do planeta, principalmente ao redor da URSS.
A aliança espalhou sistemas de defesa antimísseis por 4.900 quilômetros, cercando totalmente as fronteiras soviéticas. Os americanos focaram também na produção de armas estratégicas, para poder atacar o território soviético a partir dos EUA.