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Por que 2 de novembro é Finados?

Feriado cristão tem influência de religiões da Antiguidade

Maria Carolina Cristianini Publicado em 02/06/2009, às 04h35 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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Na tradição da Igreja Católica, em 1º de novembro é comemorado o Dia de Todos os Santos, quando se reza por aqueles que morreram em estado de graça, com os pecados perdoados. O dia seguinte foi considerado o mais apropriado para fazer orações por todos os demais falecidos, que precisam de ajuda para serem aceitos no céu. É por isso que no dia 2 de novembro se celebra o dia de Finados.

A data é inspirada em diversas tradições da Antiguidade. "A relação com quem morreu está presente em quase todas as culturas antigas. O cristianismo herdou esse costume principalmente do judaísmo", afirma Volney Berkenbrock, professor de Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora. Os primeiros registros de orações pelos cristãos falecidos datam do século 1, quando era costume visitar túmulos de mártires. "Aos poucos, a prática ficou mais freqüente. Por exemplo, no livro Confissões, Santo Agostinho (354-430) pede que Deus interceda por sua mãe morta", diz o historiador André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No ano 732, o papa Gregório III autorizou os padres a realizar missas em memória dos falecidos. No século 10, a abadia de Cluny, em Paris, estabeleceu uma data fixa para essa cerimônia.

Não demorou para o 2 de novembro ser adotado em toda a Europa. "A rápida expansão do costume está ligada à proximidade do ano 1000, quando se pensava que o mundo acabaria. Era preciso rezar para as almas saírem do purgatório antes disso", diz Berkenbrock. A partir do século 15, o feriado se espalhou pelo mundo. Em alguns lugares, o costume foi fundido à cultura local. No México, por exemplo, todo ano é realizado o festival do Dia dos Mortos, que une a celebração católica a antigos rituais astecas.