Indicado ao prêmio em cinco categorias do Oscar 2024, 'Zona de Interesse' é um retrato da frieza rotineira de uma família que vive ao lado de um campo de concentração nazista durante o Holocausto
Na última quinta-feira, 15, foi lançado no Brasil o filme 'Zona de Interesse'. Dirigido pelo cineasta britânico Jonathan Glazer, o longa retrata a frieza e o descaso de uma família que vive ao lado do campo de concentração de Auschwitz durante o Holocausto, e o período que marcou ascensão do nazismo e o desenrolar da Segunda Guerra.
Indicado em cinco categorias do Oscar, o longa compreende um drama se baseia na vida do comandante do campo de concentração de Auschwitz, Rudolf Höss, que ao lado da família tenta criar uma vida "perfeita" em meio ao Holocausto.
Na história, são explorados temas como o apoio e a complacência no genocídio que mataria milhões de pessoas excluídas da sociedade alemã do período.
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Além de sua trama chocante, que causa incômodo com o subtexto no espectador, a qualidade técnica também chama atenção. Tanto que o filme foi indicado em cinco categorias no Oscar de 2024: melhor filme, melhor diretor, melhor filme internacional, melhor som e, inclusive, para a surpresa de muita gente, melhor roteiro adaptado.
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No caso, a obra que inspirou o roteiro de 'Zona de Interesse' é o livro homônimo de 2014, escrito por Martin Amis. Uma diferença em relação ao filme, no entanto, é que, enquanto o livro trabalha com os personagens fictícios Hannah e Paul Doll, o filme utiliza os nomes das figuras reais que inspiraram a história: Hedwig e Rudolf Höss.
Vale mencionar que o diretor do filme, Jonathan Glazer, já conhecia o livro de Amis há mais de uma década, e ficou intrigado com o romance antes mesmo de sua publicação. Embora seja a maior inspiração por trás do novo longa-metragem, ainda são feitas algumas mudanças em relação ao livro.
Rudolf Höss, por sua vez, foi um oficial da SS (a Schutzstaffel, uma organização paramilitar ligada ao Partido Nazista responsável por cometer atrocidades no Holocausto em nome de Adolf Hitler) que também serviu como comandante do campo de concentração de Auschwitz, local que marcou o extermínio de judeus e outras minorias.
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Porém, mesmo que uma figura real tenha servido como inspiração para o filme — e alguns eventos documentados realmente tenham sido retratados —, a verdade é que o foco da história, a dinâmica entre a família Höss, possui poucos registros públicos, explica o Screen Rant.
Como resultado, grande parte do longa nada mais é que resultado da liberdade criativa de Glazer, que além de diretor também é roteirista.