Famosa teoria que circula nas redes sociais alega que um agente da CIA alegou ter matado Bob Marley, um dos maiores nomes da música
Recentemente, a Netflix incluiu em seu catálogo a cinebiografia "Bob Marley: One Love", que mistura fato e ficção ao contar a história do lendário cantor jamaicano.
Com direção de Reinaldo Marcus Green, conhecido por seu trabalho em "King Richard: Criando Campeãs", e com atuação de Kingsley Ben-Adir, reconhecido por seus papéis em "Invasão Secreta" e "High Fidelity", o filme explora os primórdios da carreira de Marley, destacando sua dedicação à paz durante os tumultuosos períodos de conflito político e guerra civil na Jamaica.
O enredo tem início em 1976, na capital Kingston, quando Marley organiza um concerto com o objetivo de promover a paz e amenizar a violência política que assolava o país na época.
Após sobreviver a uma tentativa de assassinato com sua esposa Rita, o músico se exila em Londres. Durante esse período, ele grava "Exodus", um álbum que se tornaria um marco em sua trajetória musical.
Na vida real, a tentativa de assassinato foi associada a uma teoria conspiratória que ganha fama nas redes sociais. O boato difunde a participação de um ex-agente da CIA. Esta teoria sugere que Bill Oxley, supostamente um oficial aposentado da CIA, teria confessado antes de falecer ser o responsável pelo assassinato de Marley.
A narrativa em questão, informa o site Observador, diz que o cantor teria sido alvo da CIA devido à percepção de que ele representava uma ameaça aos interesses dos Estados Unidos.
A história alega que Bill Oxley teria se infiltrado no círculo íntimo de Marley sob pretexto jornalístico e introduzido uma agulha contaminada em um calçado do artista, levando posteriormente à sua morte.
No entanto, essa alegação não é apoiada por fontes. A verdade é que em dezembro de 1976, Bob Marley sobreviveu a uma tentativa de assassinato quando sete indivíduos armados invadiram sua residência e dispararam mais de 80 tiros.
Embora ninguém tenha perdido a vida neste atentado, as motivações e os autores permanecem envoltos em mistério. A teoria associa erroneamente este episódio à CIA como um suposto 'aviso' ao cantor.
Essa teoria conspiratória tem sido desmentida por diversas organizações internacionais dedicadas à verificação de fatos, incluindo Africa Check, Snopes nos Estados Unidos e Channel 4 no Reino Unido.
Em suma, não há qualquer evidência científica ou documental que sustente a ideia de que Bob Marley foi vítima de um complô articulado pela CIA ou por qualquer indivíduo chamado Bill Oxley. O único Bill Oxley reconhecido publicamente é um ex-jogador de rugby britânico falecido em 1985.
Outra lenda urbana afirma que Bob Marley teria falecido em decorrência de uma unha encravada não tratada, o que não é verdade. Conforme repercutido pelo UOL, o cantor sofreu, na realidade, uma lesão na unha do dedão durante uma partida de futebol, que não se curou por uma condição pré-existente.
Marley foi diagnosticado com um tipo de câncer, chamado melanoma lentiginoso acral, após a realização de duas biópsias em 1977. Este melanoma maligno fez com que o ferimento não sarasse completamente.
Na ocasião, ele rejeitou a opinião dos médicos, que o incentivaram a amputar o dedo, pois, acreditava que isso atrapalharia sua presença de palco. Além disso, ele também alegava que a amputação do membro seria contra a sua religião, Rastafári. Assim, ele apenas removeu a unha e cobriu a região com um enxerto de pele retirada da coxa.
Apesar de seu diagnóstico, ele continuou se apresentando, até o dia em que passou mal no Central Park, em Nova York. Descobriu que o câncer havia se espalhado ao ser levado ao hospital. O último show do cantor aconteceu dois dias depois em Pittsburgh, Pensilvânia, no dia 23 de setembro de 1980.